O Reino Unido tem uma honrosa tradição nas indústrias criativas. A sua reputação na produção cinematográfica, televisiva, animação e efeitos especiais é mundialmente reconhecida e vem diretamente do compromisso de longa data em fomentar a diversidade e o talento. O tão esperado lançamento do mais recente filme de James Bond é uma excelente forma de promoção do investimento britânico em criatividade, tecnologia e inovação, a par com a abertura a mudanças sociais e culturais mais amplas que nos caracterizam.

Esta semana, na companhia da Secretária de Estado Britânica para a Europa e Américas, e com os nossos parceiros NOS Audiovisuais, tive a honra de assistir à estreia de “007: Sem tempo para morrer”. Foi um momento para celebrar com orgulho o sucesso das indústrias criativas do Reino Unido. Recomendo vivamente o filme!

Bond, o 007, é uma das mais longas e bem-sucedidas sagas da história, desde que “Dr. No” foi lançado em 1962. A franquia ganhou inúmeros prémios internacionais e tem-se mantido relevante ao abraçar a tecnologia de ponta. Para manter a atratividade, teve também de se adaptar às circunstâncias: da Guerra Fria às questões de género no século XXI, o espião mais famoso do mundo tem acompanhado mudanças geopolíticas, normas sociais e culturais.

Da mesma forma que as indústrias criativas do Reino Unido acompanharam a evolução dos tempos. Antes da pandemia, o sector acrescentava, por hora, cerca de 13 milhões de libras (€15M) à economia do Reino Unido, crescendo quase cinco vezes mais depressa que a economia nacional. O número de postos de trabalho no setor cresceu 34%, mais do triplo da taxa de crescimento do emprego no Reino Unido, na última década. Em 2019, 12% das exportações totais do Reino Unido eram geradas pelas indústrias criativas (37,9 MM de libras; €43,8 MM), um setor que empregava 2,1 milhões de pessoas.

As indústrias criativas do Reino Unido continuam a investir na mudança e capacidade de adaptação. Abraçam padrões e oportunidades de trabalho flexíveis, são resistentes à automação e à redundância e assentam na inovação e na tecnologia.

Nos últimos tempos, o setor criativo tem patrocinado iniciativas que lideraram a recuperação da Covid-19, nomeadamente na área da saúde mental, dando prioridade ao bem-estar social lado a lado com a parte empresarial e de infraestruturas. O Conselho das Indústrias Criativas e o Governo anunciaram novas intervenções a nível nacional, para formar a próxima geração de talentos criativos, criar oportunidades de educação e envolver a juventude.

Sendo a sexta série cinematográfica de filmes mais rentável de todos os tempos (7 mil milhões de dólares), James Bond tem desempenhado um papel central na história das indústrias criativas do Reino Unido durante cerca de 60 anos. Cresceram juntos, ajudando a manter o país na vanguarda dos padrões globais da indústria num mundo altamente inovador, competitivo e globalizado. Esta é a essência do legado de Bond.