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1 milhão até 2022: Itália quer ser o ‘campeão europeu’ dos carros elétricos

Universo político em Itália tem, ainda que de forma disseminada, trazido para a frente da cena política a adoção generalizada dos veículos alternativos. Em Roma, até 2024, a cidade estará livre da circulação de carros diesel, enquanto em Milão, também já se começa a espalhar essa ideia.
25 Junho 2018, 18h13

O governo italiano quer mais carros elétricos nas estradas italianas. A coligação governamental entre o Movimento Cinco Estrelas e a Liga incluiu, no seu acordo de governo, o objetivo de reduzir os carros a gasolina e diesel suportado por incentivos à aquisição de carros híbridos e elétricos, notícia o site da Bloomberg, esta segunda-feira.

Embora o acordo entre os dois partidos não mencione números, o líder do Movimento Cinco Estrelas, Luigi di Maio, tem a ambição de ver a circular nas estradas italianas cerca 1 milhão de carros elétricos até 2022. Este número faria da Itália o país europeu com mais carros elétricos, à frente da atual líder Noruega, onde 49% dos carros de passageiros são veículos elétricos, e custaria aos cofres italianos cerca 10 mil milhões de dólares (cerca de 8.5 mil milhões de euros) em incentivos.

Portugal é o sétimo país com mais carros elétricos de passageiros que têm uma quota de mercado de 2,9%.

Um milhão de carros elétricos é um número muito grande, especialmente quando comparado com os números da indústria automóvel registados em Itália em 2017. Segundo a Associação Europeia de Produtores de Automóveis, no ano transato, foram vendidos em Itália aproximadamente 2 milhões de carros dos quais apenas 0.13% foram carros elétricos (cerca de 2,600). O número sobe timidamente para 4,800 se contarmos os carros híbridos. Ainda de acordo com aquela Associação, atualmente circulam das estradas italianas somente 5.000 carros elétricos.

Alcançar a meta de 1 milhão de carros elétricos obriga a um forte investimento do governo central. Essa ideia é avançada por Gian Primo Quagliano, que estuda a indústria automóvel italiana há 25 anos, e explica que esse objetivo necessita de incentivos na ordem dos 8,5 mil euros por carro, o que resulta num orçamento a roçar os 8,5 mil milhões de euros. “E mesmo assim, não é líquido que seja suficiente”, avança Quagliano, citado na Bloomberg.

Na Noruega, a aquisição de veículos elétricos está recheada de incentivos, desde isenções fiscais até às portagens gratuitas nas auto-estradas. Além disso, os noruegueses recebem 9.000 euros em incentivos na compra da versão elétrica do Volkswagen Golf, notícia a publicação.

Além do custo do projeto, a Itália necessitaria ainda de fomentar um clima favorável à propagação em escala de carros elétricos. Isso passaria pela cooperação de empresas com conhecimento especializado, como a Enel X, subsidiária da empresa multinacional da energia Enel, a qual tem o Estado italiano como acionista maioritário. A Enel planeia investir entre 100 milhões a 300 milhões de euros numa plataforma de 14.000 estações de carregamento em Itália até 2022.

O universo político em Itália tem, ainda que de forma disseminada, trazido para a frente da cena política a adoção generalizada dos veículos alternativos. Em Roma, até 2024, a cidade estará livre da circulação de carros diesel, enquanto em Milão, também já se começa a espalhar essa ideia.

Mas também os consumidores italianos têm alterado os seus hábitos de consumo em relação à aquisição de viaturas sendo neste momento o maior mercado de veículos a gás natural, onde foram vendidos cerca de 230.000 em 2017. Neste contexto, a Fiat Chrysler Spa anunciou o investimento de 9 mil milhões de euros no desenvolvimento de carros elétricos até 2022. Di Maio aplaudiu a iniciativa.

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