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17 ex-gestores do GES com perdão fiscal

Os autos do processo Universo Espírito Santo mostram que o antigo líder do BES regularizou 34,1 milhões de euros, uma quantia que Ricardo Salgado tinha em várias contas na Suíça e pagou um imposto de 2,3 milhões de euros para regularizar esse valor no âmbito do RERT
  • Manuel de Almeida/Lusa
4 Outubro 2020, 16h29

Um total de 17 ex-administradores e ex-diretores do BES e empresas do Grupo Espírito Santo (GES) usufruiu do Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT), o conhecido perdão fiscal, em 2005, 2010 e 2012, avançou o Correio da Manhã, este domingo, 4 de outubro.

“No total, através da adesão ao perdão fiscal, 9 desses gestores legalizaram mais de 54,5 milhões de euros que tinham escondidos do Fisco no estrangeiro. A maior parte do dinheiro estava na Suíça”, apurou o Correio da Manhã.

Já era conhecido desde 2013 que Ricardo Salgado tinha retificado as suas declarações de IRS em 2005, 2010 e 2012, mas os autos do processo Universo Espírito Santo mostram que o antigo líder do BES regularizou 34,1 milhões de euros, uma quantia que o ex-CEO do BES tinha em várias contas na Suíça e pagou um imposto de 2,3 milhões de euros para regularizar esse valor no âmbito do RERT. Dos restantes 16 gestores do BES que também legalizaram dinheiro escondido do Fisco, oito deles regularizaram 20,4 milhões de euros, contudo, resta saber os valores legalizados pelos restantes oito.

A 17 de julho, Ricardo Salgado e mais 24 pessoas e empresas foram formalmente acusados de crimes que provocaram prejuízos de 11,8 mil milhões de euros, que resultaram de crimes e prejuízos inerentes aos atos que levaram ao colapso do Grupo Espírito Santo (GES).

Mais tarde, na primeira semana de setembro, o Tribunal da Concorrência condenou Ricardo Salgado e Morais Pires ao pagamento de 290.000 e 100.000 euros, reduzindo as coimas aplicadas por violação de normas de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, segundo a agência Lusa.

Não tardou até que outra multa para pagar surgisse. A 17 de setembro, Ricardo Salgado recebeu mais uma coima, de 4 milhões, do Banco de Portugal pela triangulação com a Eurofin que lesou o banco para financiar o GES. Por sua vez,  Morais Pires teve de pagar 3,5 milhões e José Manuel Espírito Santo 1,25 milhões.

 

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