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1º de maio: Contestação social está de regresso, diz Marques Mendes

A central sindical CGTP exigiu hoje a subida do salário mínimo nacional para os 800 euros e uma subida dos salários em 90 euros, com ambas as subidas este ano para repor a perda do poder de compra dos trabalhadores.
1 Maio 2022, 20h54

Luís Marques Mendes considera que a contestação social regressou a Portugal depois de ouvir as declarações da secretária-geral da CGTP no Dia do Trabalhador.

“Voltaram as manifestações do primeiro de maio, mas a novidade é o regresso da contestação social por causa do perda do poder de compra. António Costa está no poder há mais de seis anos; nunca teve contestação social, o PCP estava la dentro, na geringonça, logo a CGTP estava mais doce”, afirmou hoje o comentador no seu espaço de comentário semanal na “SIC”.

“Depois, porque praticou uma política do aumento do poder de compra, dos salários, das pensões. Agora o PCP está na oposição, e o poder de compra vai baixar nos funcionários públicos, dos funcionários em geral. Vamos ter algum regresso de contestação social. Vamos ver se as centrais sindicais têm poder de mobilização, e ver como reage o Governo: quando se fala em austeridade, vê se algum nervosismo e tensão no Governo”, segundo Marques Mendes.

A central sindical CGTP exigiu hoje o aumento dos salários no sector público e privado como forma de repor a perda de compra dos trabalhadores devido à inflação e ao disparo do preço de várias matérias-primas devido à invasão russa da Ucrânia.

“Devido a esta situação extraordinária, exigimos o aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90 euros em 2022. O aumento extraordinário dos salários atualizados, mas cuja revisão já foi absorvida pela inflação; o aumento extraordinário do salario mínimo nos 800 euros a partir de 1 de julho de 2022; aumento extraordinário para todas as pensões e reformas num mínimo de 20 euros”, disse hoje a secretária-geral da CGTP em discurso na Alameda dom Afonso Henriques em Lisboa.

“Para uma situação extraordinária, exigem-se medidas extraordinárias. O aumento dos salários já era uma emergência nacional, mas a evolução da situação económica e social, torna esta exigência uma questão central”, afirmou Isabel Camarinha no seu discurso habitual no primeiro de maio.

“Com o aumento dos preços nos primeiros meses, os salários e as reformas já foram comidos em 7%. Um trabalhador com um salário de 800 euros já baixou para 744 euros, perdeu 56 euros. Perdeu-os agora e é agora que o poder de compra tem de ser reposto, e não no ano que vem ou no dia de são nunca à tarde”, acrescentou.

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