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2017 vai ser um ano fértil em fusões e aquisições

Trump e Brexit adiaram as decisões de investimento em 2016 mas o Ano Novo deverá assistir a grandes fusões e aquisições um pouco por todo o mundo.
  • Stefan Wermuth/Reuters
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19 Dezembro 2016, 16h59

O palco internacional viveu surpresas em 2016, como o resultado do Brexit ou a vitória de Donald Trump, o que abrandou alguns decisores na tomada de decisões de investimento.

“Os acontecimentos geopolíticos têm um impacto significativo no mercado de fusões e aquisições, já que aumentam a incerteza e, nestas situações, os executivos preferem esperar para ver”, afirmou Gilberto Pozzi, alto funcionário da Goldman Sachs em declarações ao Expansion.

O ano de 2017 será importante para o cenário político europeu com eleições em Itália, Alemanha e Itália. A incerteza quanto aos resultados não impede todavia que os banqueiros e analistas acreditem numa onda de transacções no novo ano. “Num mundo de baixo crescimento e com muito capital barato, a consolidação pode ser um fator importante para gerar rentabilidade em alguns setores. Muitas companhias já têm em consideração a potencial instabilidade política e volatilidade dos mercados ao tomar decisões” declarou Alasdair Warren, diretor da banca de investimento do Deutsche Bank na Europa, ao Expansion.

Também neste sentido Pozzi defendeu que “após as eleições presidenciais, pudemos ver mais empresas estrangeiras a fazer operações, atraídas por um enorme mercado americano e as suas perspetivas de crescimento”.

Grandes aquisições por setores

O setor das telecomunicações é um dos que poderá viver dias mais agitados em 2017. A oferta pública de aquisição da AT&T para adquirir a Time Warner, leva os investidores a especular sobre outras companhias. A união entre a T-Mobile e a Sprint, controlada pelo grupo japonês SoftBank, é uma das apostas em cima da mesa.

Na Europa, a possibilidade de uma aliança entre a Vodafone e a Liberty Media no Reino Unido e na Alemanha, seguindo o exemplo do que aconteceu na Holanda, é esperado pelos analistas. Após a aquisição da Sky pela Fox, é improvável que a cadeia de televisão britânica ITV seja um potencial alvo de outros grupos como Liberty, BT, Discovery ouy Comcastm, segundo analistas do Peel Hunt referidos pelo Expansion. Por outro lado, a Telefónica poderia tentar novamente a venda de uma participação na operadora britânica O2.

As expetativas para aquisições no setor farmacêutico também são elevadas. A Actelion, poderá estar na mira do grupo francês Sanofi. Segundo o Expansion, se a Pfizer optar pela venda livre de medicamentos, Reckitt Benckiser (conhecido por fabricar marcas como Strepsil e Nurofen) é um dos favoritos nesta corrida.

Também a área de energia, minas e infraestruturas continuará a sua escalada no preço das matérias-primas. O Expansion refere que o aeroporto de Gatwick, poderá ser um dos ativos colocado à venda. Uma fusão entre a Praxair e a Linde também poderá vir a ocorrer, segundo informações do Financial Times, num negócio que poderá chegar aos 65 mil milhões de dólares.

Duas possíveis transações são também esperadas no setor das bebidas: a venda da empresa engarrafadora africana da Coca-Cola, que poderia dinamizar negócios associados à Coca-Cola Hellenic e à Coca-Cola European Partners.

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