2023 promete ser um ano em cheio para Serralves

Serralves abraçou o mote “Onde o futuro se cruza com a memória”, num ano em que celebra o centenário do seu emblemático Parque e a abertura da nova ala do Museu. Mas há muitas mais razões para espreitar a programação.

Um museu não se faz sem exposições

E a primeira exposição deste ano, em março, tem Carla Filipe como protagonista, numa antológica que reúne cerca de duas décadas de trabalho da artista que utiliza nas suas criações desde sinais urbanos e graffitis a anúncios políticos da era pré-digital.

A partir de abril, a mostra dialoga com as obras da dupla do norte americano Jenniffer Allora e do cubano Guillermo Calzadilla, sediados em Porto Rico, e cujo trabalho combina história, cultura e geopolítica, numa exposição em estreia na Europa. Ainda durante a primavera, está prevista a exposição “Ao cuidado de…”, construída a partir de obras da antiga coleção do Banco Privado Português, entregues em permanência pelo Estado à Fundação de Serralves.

Junho traz consigo as esculturas de Alexander Calder, que viajam do Centre Georges Pompidou, em Paris, para o Parque e Casa de Serralves, onde irão dialogar com as obras de Joan Miró. “A Balancing Line – Uma Linha em Equilíbrio” é o título da mostra que exibe obras de um dos escultores mais influentes do século XX, entre as quais, um grupo de mobiles de 1940 e esculturas monumentais, como “Les Trois Ailes” (1963). Ainda em junho, destaque para uma exposição do fotógrafo português António Júlio Duarte.

Na rentrée, em outubro, “A Arquitetura segundo Dan Graham” mostra o resultado de uma encomenda do Museu de Serralves ao artista norte-americano entretanto falecido em fevereiro de 2022. A exposição revela o trabalho de oito arquitetos de referência para Dan Graham, através de desenhos originais, fotografias e maquetes.

O último trimestre do ano tem previstas as exposições da canadiana Kapwani Kiwanga, que cruza instalação, fotografia, vídeo, escultura e performance, e da indiana Dayanita Singh, conhecida pelos seus retratos da classe média e da elite urbana da Índia. Novembro será também inaugurada uma exposição do artista visual sul-americano, Oscar Murillo, que encerra a programação de arte contemporânea para este ano.

Um parque centenário

A criação de um laboratório de biologia e comunicação de plantas, a pensar numa maior aproximação à comunidade escolar, será uma das novidades no ano em que se assinalam os 100 anos do Parque de Serralves, classificado como Monumento Nacional A área da conservação também prevê várias iniciativas. Após a recuperação do roseiral e da construção da Casa dos Jardineiros, com projeto de Álvaro Siza Vieira, será criada uma nova estufa, para além da reabilitação do lago e de melhoramentos nos jardins das aromáticas.

E para assinalar o redondo aniversário, terá lugar uma grande exposição, a inaugurar em outubro, com o objetivo de, durante um ano, cruzar o seu contexto histórico com o atual, fazendo a ponte com outros parques urbanos do mundo – ou não fosse o mote deste ano “onde o futuro se cruza com a memória”.

Museu de Serralves com uma nova ala

Junho traz o culminar das obras que estão a dar forma à nova ala do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, embora a sua abertura ao público deva acontecer só a partir de setembro. O projeto é assinado por Álvaro Siza e situa-se a poente do Museu – daí que passe a ser identificado como Edifício Poente. Nele serão reunidas, em permanência, as cerca de 4.500 obras que compõem a Coleção de Serralves, e que vem acrescentar 40% à área expositiva e 70% à área destinada às reservas. A novidade é que terá uma área totalmente dedicada à arquitetura.

O Edifício Poente vai ser inaugurado com duas exposições: “Museu-Musa”, dedicada a Álvaro Siza Vieira, que explora a relação do arquiteto com os espaços museológicos, e “Histórias Anagramáticas”, que coloca o foco na Coleção de Serralves.

A 7ª arte também tem uma palavra a dizer

A Casa do Cinema Manoel de Oliveira vai receber duas exposições e os respetivos ciclos de cinema: “A Bem da Nação 1929-1969”, sobre Manoel de Oliveira e o cinema português, construída a partir do arquivo do cineasta; e ainda uma retrospetiva que presta homenagem à dupla Danièle Huillet e Jean-Marie Straub.

“Serralves em Festa” e muito mais

De janeiro a outubro, haverá um ciclo dedicado à coreógrafa Vera Mantero, o Jazz no Parque terá lugar em julho, e “Serralves em Festa”, nos dias 2, 3 e 4 de junho, marca o regresso deste evento, suspenso desde 2019. Isto a somar à Festa de Outono e ao concerto de música eletrónica de Mika Vainio, em novembro, para destacar apenas algumas iniciativas paralelas, como as oficinas para crianças e famílias promovidas pelo Serviço Educativo de Serralves.

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