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51 personalidades assinam manifesto pela defesa da União Europeia

Dois portugueses estão entre os 51 signatários do manifesto que quer lançar o debate sobre o futuro da União Europeia. A carta é conhecida no dia em que a UE comemora 60 anos.
24 Março 2017, 12h59

“O debate europeu está confuso, caracteriza-se pela dúvida, pelo medo e pelo desencanto”, escreveu o antigo vice-presidente da Comissão Europeia Étienne Davignon e subscreveram 51 personalidades europeias. O manifesto intitulado “A hora de despertar já chegou para a Europa” foi divulgado esta sexta-feira pelo jornal belga “Le Soir” e visa chamar a atenção para os problemas da União Europeia.

“Os europeus mudaram o curso da história”, lê-se na carta sobre a União Europeia, que comemora esta sexta-feira o 60º aniversário. O manifesto elogia o Livro Branco apresentado pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Jucker, no início do mês, que traça cinco cenários para o futuro da Europa e que, acreditam os signatários, pode servir de base ao debate.

“Juncker fez bem, neste momento, em ter interpelado os Estados-membros e o Parlamento Europeu para delinear cinco opções. As reações mostram que se poderá iniciar um verdadeiro debate sobre a União”, pode ler-se no manifesto. Os signatários ressalvam ainda a importância do momento, a poucos dias do início das negociações do Brexit. “Esta iniciativa também é essencial para que a União Europeia não fique paralisada pela decisão do Reino Unido de sair”, refere.

O manifesto contraria, no entanto, a ideia de uma Europa a diferentes ritmos, explicando que “uma união a várias velocidades seria a antítese do próprio conceito do projeto europeu” e que esta hipótese é um “mito”. Apesar das críticas, a ideia não é defender o fim da União Europeia. Pelo contrário, os signatários afirmam que “a conclusão é simples: sem Europa, o futuro é sombrio”.

Além dos problemas identificados no atual desenho da união, os signatários apresentam ainda oito propostas nas áreas da moeda única, proteção do mercado único, migração, defesa militar, crescimento económico, formação e educação da juventude, ambiente e inovação.

O manifesto foi assinado por antigos presidentes da Comissão Europeia como Jacques Delors, Jacques Santer e Romano Prodi, e por antigos primeiros-ministros como Mario Monti de Itália ou Mark Eyskens da Bélgica. Entre os signatários estão ainda dois portugueses, o antigo comissário europeu António Vitorino e o antigo primeiro-ministro e chairman do grupo Impresa Francisco Pinto Balsemão.

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