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Ordem dos Médicos rejeita interferência nas vagas dos cursos de Medicina

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, defendeu que devem ser disponibilizados mais cursos de medicina, ao contrário da decisão das universidades de não abrir novas vagas.
25 Julho 2020, 16h17

A Ordem dos Médicos esclareceu hoje, dia 25 de julho, que não tem interferência na abertura de novos cursos de medicina ou no aumento de vagas nos já existentes, lembrando que essa competência é do Ministério do Ensino Superior e das universidades.

O assunto foi espoletado pelas declarações de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que defendeu que devem ser disponibilizados mais cursos de medicina, ao contrário da decisão das universidades de não abrir novas vagas.

“É importante relembrar que a abertura de novos cursos e aumento ou redução de vagas não dependem da Ordem dos Médicos, mas sim do Ministério do Ensino Superior e instituições por ele tuteladas”, respondeu a Ordem à agência Lusa, quando questionada se estaria disponível para discutir o alargamento desta área de ensino em Portugal.

No mesmo comunicado, esta entidade vincou que a “abertura de um novo curso de medicina deve obedecer a critérios de qualidade que são conhecidos e estão definidos”.

“Se existirem cursos de medicina públicos ou privados que possam garantir todos os critérios para formar médicos com qualidade, seguramente que a sua avaliação pelas autoridades competentes irá ser positiva”, considerou a Ordem dos Médicos.

Na mesma resposta, foi detalhado que “Portugal é, neste momento, um dos países europeus que mais estudantes de medicina tem ‘per capita’ e o terceiro país da OCDE que mais médicos tem por mil habitantes”, apontando, ainda assim, que muitos clínicos deixam o país para exercer a profissão no estrangeiro.

“Neste momento, somos o principal país da Europa Ocidental exportador de médicos para o resto do mundo. É isso que o país quer?”, questionou a Ordem dos Médicos.

A entidade liderada por Miguel Guimarães defendeu, ainda, que “o caminho a seguir é garantir a continuidade da formação de médicos de qualidade nas várias dimensões e vertentes da medicina”, lembrando o recente contributo da classe no combate à pandemia de covid-19.

“A qualidade dos nossos médicos permitiu que Portugal desse uma boa resposta à pandemia e mantivesse os indicadores positivos que temos em diversas áreas da saúde”, sublinhou a Ordem.

Na sexta-feira, dia 24 de julho, a Direção-Geral do Ensino Superior divulgou os dados do concurso nacional de acesso ao ensino superior público de 2020-2021, que confirmam a decisão já anunciada pelas universidades em manter o mesmo número de vagas, apesar da possibilidade de aumento.

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) considerou que a manutenção das vagas para os cursos de Medicina torna clara a necessidade disponibilizar o ensino desta área noutras instituições, públicas ou privadas.

“Temos de, gradualmente, ir garantindo a capacitação de outras instituições para abrirmos mais o ensino da Medicina, assim como reforçar as outras áreas da saúde naquilo que é o contexto da necessidade de abrir o ensino superior e ir dando mais oportunidades aos portugueses para se formarem nas mais variadas áreas”, disse o ministro.

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