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Suspeito do ataque de Estocolmo anunciou intenção de atropelar pessoas num ‘chat’

O uzbeque, de 39 anos, era procurado pela polícia e já tinha anteriormente “demonstrado simpatia por organizações extremistas, incluindo o autoproclamado Estado Islâmico”.
10 Abril 2017, 12h57

O principal suspeito do atentado terrorista de Estocolmo da passada sexta-feira, dia 7, terá comunicado a sua intenção de realizar um atentado a outros radicias, através de mensagens encriptadas da plataforma de conversação Telegram. O uzbeque, de 39 anos, que se acredita ser Rakhmat Akilov, terá questionado como poderia fazer uma bomba e pedido sugestões sobre o roubo de um “veículo grande”.

“Amanhã à tarde quero encontrar um veículo grande para atropelar gente”, terá escrito Rakhmat Akilov na quinta-feira num chat habitualmente frequentado por simpatizantes do autoproclamado Estado Islâmico, segundo avança a agência noticiosa espanhola EFE.

Os extratos da conversa publicados pelo site de notícias russo Politonline mostram ainda que depois de ter concretizado o atentado terá respondido à pergunta “como estás”, dizendo: “mal, atropelei uns quantos no centro de Estocolmo, o carro deu uma guinada”. O suspeito terá dito ainda que pretende “escapar da Suécia” e que terá gravado um vídeo do ataque, que pede para divulgarem no chat.

O suspeito já tinha sido notificado pelas autoridades suecas em dezembro com uma ordem de expulsão do país. Terá pedido asilo à Suécia em 2014 mas, mesmo depois de o país lhe ter negado, terá permanecido no país de forma ilegal.

De acordo com as autoridades, o suspeito, detido logo após ter abalroado com um camião uma multidão na zona movimentada de Drottninggatan, no centro de Estocolmo, era procurado pela polícia e já tinha anteriormente “demonstrado simpatia por organizações extremistas, incluindo o autoproclamado Estado Islâmico”.

O porta-voz da polícia de Estocolmo, Jan Evensson, diz que há ainda mais cinco pessoas detidas para interrogatório e que já foram ouvidas outras 500 no âmbito da investigação ao atentado desta sexta-feira.

Três dias depois do ataque, as autoridades dão conta de que pelo menos quatro pessoas (dois suecos, um britânico e um belga) terão morrido. Outras 10 pessoas continuam ainda hospitalizadas, quatro delas em estado considerado grave.

Em Drottninggatan, o local onde as vítimas foram atropeladas pelo camião foi transformado num memorial e em todo o país foi feito um minuto de silêncio em memória das vítimas. Nas ruas, onde ainda se respira o sentimento de insegurança, foi reforçado o policiamento.

O ataque ainda não foi reivindicado, mas o autoproclamado Estado Islâmico está no topo das suspeitas. Acredita-se que a Suécia seja o país europeu com mais combatentes per capita a lutar pelo grupo terrorista. Cerca de 140 dos 300 combatentes que foram para combater para a Síria e para o Iraque terão entretanto regressado ao país.

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