[weglot_switcher]

Guerra comercial: China diz-se vítima de “terrorismo económico” dos Estados Unidos

“Esta instigação premeditada de um conflito comercial é terrorismo económico, chauvinismo económico e assédio económico em estado puro”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Zhang Hanhui, esta quinta-feira.
  • Presidente chinês, Xi Jinping, e governante norte-americano, Donald Trump, conversam durante evento em Pequim, em 2017
30 Maio 2019, 10h53

Apesar de Washington e Pequim continuarem em negociações para acabar com a guerra comercial entre ambos os países, um governante chinês veio esta quinta-feira acusar os Estados Unidos de “terrorismo económico” por ter acionado sanções contra empresas chinesas e agravado e criado taxas alfandegárias que pressionam a economia chinesa.

A acusação partiu do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhang Hanhui, que garantiu que embora sejam “contra a guerra comercial” com a administração Trump, Pequim “não tem medo dela”.

“Opomo-nos firmemente a este recurso sistemático às sanções comerciais, às taxas alfandegárias e ao protecionismo. Esta instigação premeditada de um conflito comercial é terrorismo económico, chauvinismo económico e assédio económico em estado puro”. Zhang Hanhui, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa

A declaração do responsável chinês surgiu no momento em que a China se mostra progressivamente mais ofensiva perante aquilo que considerou serem pressões intoleráveis de Washington.

Em maio, além da Casa Branca ter aumentado as taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses (verificou-se um agravamento de 10% para 25% em importações de produtos chineses), o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu pressionar as empresas chinesas também no setor tecnológico. Em nome da segurança dos Estados Unidos, proibiram empresas norte-americanas de venderem tecnologia a empresas chinesas, sendo que apenas com uma licença será possível continuar a vender tecnologia norte-americana à China.

Essa medida afetou sobretudo a gigante das telecomunicações chinesa Huawei, “número dois” mundial na produção de smartphones e líder planetário das redes móveis de quinta geração (5G), que acabou colocada numa “lista negra” do Departamento do Comércio dos EUA (embora, o mesmo departamento tenha concedido três meses para todas as partes encontrem alternativas antes da “lista negra” surtir efeitos).

Desde o ano passado que uma lei proíbe as administrações federais de comprarem equipamentos e serviços do grupo, ou de trabalharem com empresas terceiras que sejam clientes da Huawei.

“O unilateralisno e o assédio crescem e afetam gravemente as relações internacionais e os princípios fundamentais. Este confilto comercial terá igualmente um impacto negativo importante sobre o desenvolvimento e o relançamento da economia mundial”. Zhang Hanhui, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa.

Perante o ataque de Trump, surgiu a hipótese de a China reduzir as exportações de terras raras para os Estados Unidos, o que poderá vir a privar as empresas norte-americanas de um recurso essencial para tecnologias de ponta.

A China assegura mais de 90% da produção mundial deste conjunto de 17 metais, indispensáveis no fabrico de ‘smartphones’, ecrãs plasma, veículos elétricos, mas também de armamento.

[com agências]

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.