“A Arko tem interesse em analisar o dossiê Esegur”

A Esegur está no radar da Arko. A área de Transporte e Tratamento de Valores não está no respetivo portfólio. Jorge Leitão diz que tem a vantagem de não ter uma posição dominante no mercado em face a outro potencial interessado. Deixa entender que há concorrentes que não cumprem a lei da Segurança Privada e […]

A Esegur está no radar da Arko. A área de Transporte e Tratamento de Valores não está no respetivo portfólio. Jorge Leitão diz que tem a vantagem de não ter uma posição dominante no mercado em face a outro potencial interessado. Deixa entender que há concorrentes que não cumprem a lei da Segurança Privada e por isso deveriam estar inibidos de operar as suas centrais.

O grupo Arko fez um ano de existência. Que balanço faz do negócio, quais os valores de faturação, número de clientes e colaboradores?
Muito positivo. Cumprimos o nosso plano de negócios. Mas, como digo à equipa Arko, apesar de termos feito muito, há muitíssimo por fazer. Com humildade e muito trabalho, continuaremos a percorrer o nosso caminho. Hoje a Arko Security é uma realidade, uma marca com notoriedade, que inspira confiança ao mercado, e isto em um ano, o que nos enche de orgulho.

Foi atingido o plano proposto? O que é expetável atingir em 2015?
Com praticamente 800 colaboradores em Portugal, já estamos entre as dez maiores empresas do setor em efetivos e, em 2015, estaremos também em faturação. Mas ainda mais importante que a dimensão é fazer bem e diferente, ter excelência de serviço e rentabilidade. Hoje temos uma oferta global de segurança para o mercado empresarial e residencial e somos das poucas empresas do setor com o alvará A, B e C.

Sabemos que o processo de venda da Esegur, participada do Novo Banco e da Caixa, está em andamento. Há intenção de analisar o dossiê? O que poderia acrescentar a Esegur ao projeto Arko?
No nosso portfólio de serviços falta, realmente e apenas, o Transporte e Tratamento de Valores, mas sempre assumimos alguma prudência pois, analisando a oferta e procura, não era aconselhável iniciar uma operação nova em Portugal neste momento. Parece ser um facto que haverá intenção dos três acionistas da Esegur em venderem as suas participações. Já manifestámos aos mesmos o nosso interesse em conhecer o dossiê. Vamos ver. O que sei é que, provavelmente, estaremos em melhores condições de mercado que outro potencial interessado e que poderá ser importante para os atuais acionistas, para além das condições de compra, a estabilidade de preços e contratos e a não existência de alguma futura posição dominante de mercado. O facto de a equipa Arko ser constituída por profissionais do ramo, com larga experiência será uma mais-valia adicional para o mercado e para os acionistas que são e continuaram a ser importantes clientes. Vamos estar muito atentos.

Como avalia o caminho feito desde que deixou de ser gestor na Prosegur e passou a empresário na Arko? Quais as dificuldades superadas?
Já fez 18 meses desde que imprimi à minha vida profissional a maior mudança da minha já longa carreira profissional. Sinto muita satisfação, motivação e orgulho na minha equipa e no trabalho coletivo realizado. Hoje temos uma marca valiosa e internacional. Já tivemos abordagens, impensáveis ao fim de um ano que muito nos satisfazem e atestam que o mercado nos observa muito atentamente. Andámos rápido e bem, e somos suficientemente humildes para corrigir erros e tomar as medidas mais certas a cada momento. Sou feliz e procuro transmitir essa felicidade aos que me rodeiam. Aprendi e dei muito às várias experiências profissionais muito intensas que tive. Ainda recentemente recordava, com amigos e antigos colegas, os 17 anos que passei no grupo Pão de Açúcar, com muito orgulho e saudade.

O que é ser empresário em Portugal?
O prazer máximo e a chatice máxima. Ou, como diz o meu amigo Rui Semedo, um ato de coragem. Mas ser gestor, comprometido, competente, é igualmente um desafio enorme e muito valorizante, os verdadeiros criadores de emprego e riqueza e nem sempre apoiados da forma mais correta. A carga fiscal que incide sobre as empresas ainda é grande, por exemplo a taxa de Segurança Social, e tenho dito, que não subsidiando o desemprego, como ainda acontece em Portugal, é que se cria emprego. O emprego cria-se incentivando à contratação.
Provavelmente 50% do que o Estado gasta em subsídios de desemprego deveria ser gasto a incentivar as empresas a contratar. Basta fazer as contas. Os empresários são o motor do desenvolvimento, mas ser gestor e responder a acionistas é igualmente tarefa muito relevante.

Como está a correr a vossa entrada no mercado residencial?
Realmente entrámos no mercado residencial no início de janeiro e temos muita ambição.
Temos uma equipa, produto de muita qualidade, serviços e atendimento de referência e queremos ser uma empresa de referência naquilo que normalmente se denomina Alarmes.
Temos a mais moderna central de monitorização de alarmes de Portugal, somos mesmo das poucas empresas que cumpre o DL 34/2013 e a nossa ARKO24 cumpre todos os requisitos. Hoje alguns dos líderes deste mercado deviam estar inibidos de operar as suas centrais, pois não cumprem com a lei. Queremos ser melhores do que os concorrentes, mais fiáveis com melhor serviço. A ARKO Alarmes será uma referência em Portugal nos próximos dois anos.

Está a dizer que empresas como a Prosegur ou a Securitas Direct não têm as suas centrais de acordo com a lei em vigor e que ultrapassaram os prazos de adaptação?
Muito provavelmente sim. Mas se for à net (SIGESP) e consultar a lista das empresas com o alvará C vai ver as que cumprem e as que não cumprem. Provavelmente, as que enuncia, ao dia de hoje, não cumprem. A Arko cumpre!

Vítor Norinha

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