Contrariamente às gerações dos nossos pais e avós, hoje em dia é mais fácil tentar, perseguir os sonhos e arriscar. Não estamos confinados a carreiras imaginadas e pensadas pelos nossos progenitores, tentando perpetuar negócios muitas vezes moribundos há décadas que se recusam a morrer a todo o custo.

As startups são a nova moda, os eventos tecnológicos a montra onde os jovens tentam, com um brilhozinho nos olhos, algum financiamento para alavancarem os seus sonhos. Graças à Internet o mundo tornou-se o nosso quintal. Movemo-nos e transformamo-nos a uma velocidade aterradora. Há uma revolução em curso, e ou a abraçamos ou definhamos. Em breve teremos humanos a pisar Marte porque o planeta se tornou pequeno. Há até, imagine-se, robôs com cidadania. E algumas tecnologias em desenvolvimento envergonhariam o próprio Einstein.

Esta deverá ser, desde o início dos tempos, a melhor altura para nos reinventarmos, para arriscar e transformar o mundo, pelo menos o nosso – sem nos transformarmos primeiro, não conseguiremos mover uma migalha. Ninguém quer saber se ficamos num canto a lamentar-nos do destino e da sorte. Ele é feito por nós e para nós. Como costuma dizer uma pessoa sábia, a vida é feita de momentos. Cabe-nos a nós encontrar a coragem e a dedicação para abraçar esses mesmos momentos e fazer como a lagarta no casulo. Costumo dizer que a sorte dá muito trabalho. E assim é.

Obviamente o mundo onde vivemos não é perfeito. Está carregado de egos e movimentações políticas obscuras que muitas vezes não entendemos. O terrorismo está presente, há fome e falta de liberdade em muitos países. Temos de assumir que nunca será perfeito e tentar tirar partido do melhor que ele tem.

A rede do trapézio nunca foi tão forte e isso permite-nos cair uma e outra vez sem o risco de ser a última. E é com esse pensamento presente que devemos avançar. O mercado está cada vez mais competitivo e só quem é verdadeiramente audaz poderá sobressair. Não nos fiquemos por meias medidas.
Há umas décadas as grandes ideias surgiam nas garagens, os engenhos eram forjadas entre pó, óleo e dedicação.  Hoje temos incubadoras, business angels, mecenas, crowdfunding… Toda uma panóplia de ajudas que muitas vezes descuramos. Podemos discutir ideias com pessoas do outro lado do globo sem nunca lhes ver a cara, cimentar criações ou simplesmente perceber que essa roda já foi inventada. Basta-nos aproveitar da melhor maneira o que está ao nosso alcance. A dedicação, essa, tem de ser ainda maior do que era no tempo das garagens. A velocidade a que nos movemos assim o exige.

Assim sendo, e parafraseando Sérgio Godinho, deixa então de estar “à espera do comboio na paragem do autocarro” e assume que “hoje é o primeiro dia do resto da tua vida”.