Frugal tem sido um adjetivo muito usado, principalmente na altura em que Portugal estava a recuperar da crise de divida pública causada pelo governo PS, que significa alguém que mostra sobriedade ou moderação.

Digamos que esta qualidade é contrária ao que de forma recorrente vemos nas redes sociais, onde digital influencers competem para alcançar cada vez mais audiência, ou manchetes que nos chamam a atenção para determinado conteúdo, ou mesmo na forma como se efetua a gestão pública.

Nos últimos anos apareceu um tipo de político/gestor público que tem como mantra apresentar as políticas de forma intempestiva e grandiosa, normalmente tentando associar às ultimas tendências tecnológicas, ou comunicar com a população infantilizando-a através da redução da mensagem a um conjunto de caras e sítios bonitos apelando ao sentimento.

Temos vários exemplos numa série de níveis do Estado português, no entanto, com o aproximar da data das eleições autárquicas concentremo-nos nas autarquias.

Infelizmente exemplos não faltam, desde o anúncio de projetos sem qualquer tipo de análise de custo/beneficio (ex: ainda se lembram do pulular de serviços municipais de entrega de comida ao domicílio?), iniciativas sem sustentação científica sólida (ex: onde para a vacina Sputnik V que o autarca de Cascais queria usar em Portugal?), ou medidas discriminatórias da forma de tratamento dos munícipes (ex: privilegiando os alunos do ensino público no acesso a serviços municipais como no caso do complexo desportivo de Alcabideche).

Um dos princípios de gestão discutido no livro “Good to Great” escrito por Jim Collins é o conceito do ouriço-caixeiro (hedgehog concept), onde uma empresa para ter sucesso deverá guiar-se de forma implacável e consistente por uma missão que resulta da interseção de três coisas. Aquilo em que se pode tornar a melhor do mundo, no que acredita de forma apaixonada e no que melhor impulsiona o seu motor gerador de riqueza (seja económico no caso de empresas seja a recolha dos recursos necessários à prossecução da missão no caso do sector social).

Este princípio permite evitar a falta de frugalidade da gestão atual, pois permite dizer não a oportunidades que nos desviem desse propósito desbaratando recursos públicos e frustrando a autarquia na sua missão.

O que um partido como a Iniciativa Liberal preconiza para a gestão autárquica é essa claridade na missão, trazendo uma gestão frugal do dinheiro dos munícipes naquilo que realmente é necessário para nos tornar os melhores do mundo e que envolva a sociedade de uma forma apaixonada.

Em Cascais a Iniciativa Liberal acredita que podemos ser os melhores na forma simples como permitimos à sociedade civil seguir os seus sonhos, construindo os alicerces para possibilitar atingir a melhor qualidade de vida dos munícipes onde todos podem crescer, estudar, trabalhar e descansar.

Para isso, precisamos de ser frugais e fazer mais com menos, deixando de sobrecarregar os munícipes de impostos e taxas. Por fim precisamos de um plano de recuperação dos atrasos estruturais do concelho ao nível da mobilidade, transparência e gestão autárquica, ambiente, coesão social, educação, cultura, saúde e gestão territorial.

É preciso pensar diferente e mudar o país. Essa mudança começa agora!

O autor assina este texto na qualidade de Candidato à Assembleia de Freguesia de Alcabideche pela Iniciativa Liberal