A IA generativa coloca os empregos em risco?

Na verdade, a IA generativa pode trazer novas oportunidades de emprego, especialmente para quem possui competências de análise de dados e programação. Aliás, pode mudar muitos setores, mas requer um suporte humano para interagir.

A chegada do bot de conversação ChatGPT, no final do ano passado, provocou um sobressalto na indústria da tecnologia que tinha as suas atenções voltadas para o metaverso, para a realidade virtual e aumentada. A aplicação ChatGPT revelou-se um sucesso inquestionável, levando os meios de comunicação e as redes sociais a partilhar artigos e análises que descreviam maravilhas sobre a aplicação alimentada por Inteligência Artificial (IA) generativa, a sua fluidez e a facilidade de interação.

Entre os muitos artigos publicados, alguns enfatizaram como o chatbot ChatGPT resolveu enigmas e até explicou como a equipa de futebol croata superou algumas das seleções mais fortes do Mundial de Futebol 2022. Porém, ao mesmo tempo que surpreendeu tudo e todos, levantou novamente questões sobre o impacto da IA nas nossas vidas, nas empresas, e na sociedade em geral.

Espera-se que a IA generativa impacte diferentes sectores, especialmente áreas como o design e marketing das empresas, a criação de código, a gestão de conteúdo empresarial, a conceção, de produtos e setor das vendas. As oportunidades são diversas e podem ser aplicadas a múltiplas indústrias, tais como, para organizações do sector automóvel e aeroespacial, que podem melhorar a qualidade do produto, sustentabilidade e sucesso do mesmo. Mas a IA generativa pode ir mais longe, e nas empresas de ciências da vida, ajudar a melhorar os cuidados de saúde e a criar experiências melhoradas dos produtos de consumo.

Mas, embora forneça soluções de menor custo e maior valor, a IA generativa acarreta algumas implicações éticas e talvez legais. Existem questões como os direitos de autor, privacidade e segurança e consentimento de partilha de dados que não podem ser negligenciadas. A negligência da ética da IA não é apenas um dilema moral, é um risco comercial significativo. A IA não deve ser vista como uma entidade independente, mas sim como uma interação humano-computador onde a utilização ótima provém de uma compreensão profunda e monitorização meticulosa.

No futuro, estima-se que a IA generativa possa fazer em minutos ou dias um trabalho que geralmente levava semanas a ser realizado. Uma redução de tempo que vai diminuir custos, além de aumentar a eficiência e permitir alocar trabalhadores a outras tarefas. Mas como irá afetar os empregos?

No final de 2020, o Fórum Económico Mundial avançou que a IA iria deslocar 85 milhões de empregos até 2025, sendo que os principais postos de trabalho sob ameaça seriam os de funcionários que introduzem dados, assistentes administrativos e profissionais da contabilidade e auditoria. No mesmo período, 97 milhões de novos postos de trabalho serão criados à medida que a IA se torne uma tecnologia integrada nas empresas.

Na verdade, a IA generativa pode trazer novas oportunidades de emprego, especialmente para aqueles que possuem competências de análise de dados, programação, desenvolvimento de algoritmos e outras habilidades na área de tecnologia. Aliás, pode mudar muitos setores, mas requer um suporte humano para interagir. O que significa que podemos acrescentar uma nova categoria a essa lista: os engenheiros de prompt, profissionais que vão conseguir aplicar a IA generativa a diversos setores, como o de design, publicidade, marketing…

Exemplos como Jasper (Copywriting), Stability AI (Visual art), DoNotPay (Legal Services), Omnekey (Creative Content), Paige.ai (Diagnóstico de cancro) e Mostly.ai (Dados sintéticos) mostram a rapidez com que esta tecnologia está a alimentar uma série de inovações e a mudar o jogo em todas as indústrias. Fica do nosso lado, assegurar que encontramos o equilíbrio certo entre a inteligência artificial e o ser humano, usando-a de maneira segura e colocando limites.

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