A colaboração na área da ciência é um dos pilares mais entusiasmantes da parceria moderna que une Reino Unido e Portugal, e que mais se tem desenvolvido. A comunicação de ciência é parte integrante deste processo, uma vez que é uma área que importa a todos. A sociedade precisa de compreender e ajudar a determinar o rumo da investigação científica para conseguir mais apoio público, financiamento governamental e inspirar futuras gerações de investigadores e engenheiros.

A comunicação de ciência ajuda-nos a construir uma comunidade científica global, sendo essencial uma cultura global de responsabilidade social partilhada para tentarmos resolver os grandes desafios do mundo de hoje: do combate à resistência antimicrobiana, à procura de novas formas de alimentar a população global, passando pela redução das emissões de carbono e limpeza dos oceanos.

Neste sentido, instituições britânicas como o British Council estão a trabalhar ativamente com parceiros internacionais para reforçar a comunicação de ciência em todo o mundo.  Em 2010, o British Council lançou o FameLab em Portugal, em parceria com a Ciência Viva e mais tarde com a Fundação Gulbenkian, para dotar os investigadores portugueses das competências necessárias para comunicar eficazmente os seus resultados ao público em geral.

O FameLab é um concurso global destinado a encontrar os comunicadores de ciência mais talentosos e ajudá-los a desenvolver.  Os participantes têm três minutos para conquistar juízes e público com um discurso sobre ciência que se destaque pelo seu conteúdo, clareza e carisma. Tem lugar todos os anos em cerca de 30 países, e os vencedores nacionais têm acesso ao Festival de Ciência de Cheltenham, no Reino Unido, para as finais internacionais.

A 10ª edição teve lugar em Portugal em 2019 e, até à data, participaram no FameLab mais de dez mil investigadores e engenheiros de todo o mundo, incluindo 400 portugueses, um dos quais venceu um “Hall of Fame” do FameLab.

Os “Famelabbers” desenvolvem a sua capacidade em masterclasses com alguns dos melhores comunicadores e formadores do mundo nesta área, ficando preparados para construir as suas próprias redes, em colaboração com outros participantes em projetos de investigação e comunicação de ciência em qualquer parte do mundo. Muitos deles continuam a trabalhar com as muitas instituições envolvidas neste projeto, comunicando a ciência em festivais e exposições, trabalhando com jovens e professores em escolas e associações, e divulgando a ciência junto do público em geral.

É por isso uma excelente notícia que, este ano, o Reino Unido seja o país convidado no evento científico mais importante em Portugal, o Encontro Ciência, entre 8 e 10 de julho.  Será uma excelente plataforma para construir a futura colaboração científica luso-britânica e uma grande oportunidade para comunicar a ambição que partilhamos nesta área.  No próximo mês irei escrever sobre este tema aqui nesta coluna.