Passaram mais umas comemorações do 25 de Abril e já muito se disse e escreveu sobre as comemorações ou o Lula. Porém, na minha perspetiva, os pontos fundamentais não são esses, quando estamos a cerca de um ano do cinquentenário do 25/04.

Eu já nasci em Democracia e sei dar o devido valor à data agora assinalada, lembrando – sempre! – que a consagração da liberdade e da democracia apenas acontece um ano depois no 25 de Novembro de 1975. Sei que esta minha leitura goza de uma “liberdade” que irrita alguma esquerda, mas a história não deve ser deturpada em função de uma qualquer narrativa. Aliás, penso que o mais relevante é olharmos para a frente e debatermos, enquanto sociedade, qual é a liberdade que queremos para os próximos 50 anos.

O mundo mudou muito nos últimos 50 anos, e Portugal também. Tivemos mudanças enormes na forma como comunicamos entre nós através da massificação da internet; mudanças na comunicação social; mudanças no exercício da política; mudanças no nosso sistema educativo; mudanças nas nossas infraestruturas; mudanças no comércio; mudanças na mobilidade e circulação; mudanças na liderança e gestão das empresas; mudanças no alargamento da aplicação de impostos; e até mudanças na imposição de uma determinada retórica de liberdade.

Sim, vivemos nos tempos do politicamente correto imposto por agendas determinadas por algumas minorias que tentam condicionar a liberdade, muitas vezes da maioria, sobre questões estruturantes da nossa sociedade. Vivemos tempos em que alguma sociedade tenta colocar rótulos em tudo e em todos, colocando uns contra outros, e que se alimenta desse extremar de posições. Liberdade deve ser sinónimo de tolerância entre todos e não só apenas para alguns.

Se há matéria que terá inevitavelmente de ter uma inversão de política nos próximos 50 anos, em Portugal e na Europa, é a incompreensível carga fiscal.  Por exemplo, quando as famílias e empresas são diariamente esmagadas por impostos que o Estado arrecada em tudo o que mexe nas nossas vidas, isso limita objetivamente toda a liberdade de decisão. E o cidadão, cada vez mais informado e exigente (enquanto cliente do Estado), questiona cada vez mais os impostos que é obrigado a pagar.

Quanto mais Estado temos na nossa vida, mais dependentes estamos, e também mais limitados estamos nas decisões. Eu não defendo que o Estado deva ser reduzido aos mínimos ou que os impostos deviam estar nos 5% ou 10%. Porquê? Porque isso significaria abdicar do Estado Social e caminharíamos para um abismo social com consequências devastadoras. Isto é, está a faltar bom senso e a sociedade está a pouco e pouco a radicalizar-se em fações que a prazo só podem dar asneira.

Então e qual é o Estado que queremos para os próximos 50 anos? Defendo a existência de um Estado que simplifique as nossas vidas, que ajude quem verdadeiramente precisa, que permita reter os nossos jovens em Portugal e que deixe a economia funcionar para ser mais competitiva e pagar melhores salários. Ou seja, tudo aquilo que não temos nos dias de hoje.

Este debate tem de ser feito, sob pena de termos uma sociedade cada vez mais envelhecida, cada vez mais pobre e cada vez mais dependente do Estado. Viva a Liberdade!

 

Surf ou o bodyboard são modalidades a que infelizmente damos pouca atenção em Portugal, mas a verdade é que temos excelente atletas que participam nas maiores provas a nível mundial e com excelentes resultados. O exemplo mais recente foi Teresa Bonvalot que garantiu uma vaga nos Jogos Olímpicos Paris-2024, competição que se irá disputar em Teahupo, no Taiti, na Polinésia francesa, de 27 e 29 de julho de 2024. Teresa Bonvalot, 23 anos, terá a segunda participação olímpica, uma vez que participou nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.