“Os dados são o novo petróleo” – já todos nós nos cruzámos com esta frase. Por isso, não é de admirar que estes sejam, cada vez mais, recolhidos e tratados em qualquer atividade que realizemos diariamente, seja ela virtual ou não.

Se, por um lado, esses dados são fundamentais para que as empresas possam proporcionar serviços mais direcionados, constituem também um sinal de alerta, caso não sejam devidamente utilizados, sendo por isso fundamental aumentar a consciência por parte dos cidadãos acerca dos riscos relacionados com o tratamento dos dados. Quase todos utilizamos, seja por motivos pessoais ou até profissionais, aplicações tais como as redes sociais que, pela sua natureza, têm já acesso a uma quantidade enorme de informação.

Nos últimos anos, especialmente em 2021, temos assistido a inúmeros casos de violação da privacidade de dados dos utilizadores. Isto revela, por um lado, a falta de compromisso que ainda existe, por parte de muitas entidades, em relação à recolha e tratamento dos dados e, por outro, um baixo nível de conhecimento ao nível da utilização das várias plataformas e aceitação de termos e condições das mesmas.

Inicialmente, quando as cookies foram idealizadas, tinham como principal objetivo melhorar a nossa experiência online ao permitir memorizar as preferências do utilizador, entre outras funcionalidades. Contudo, hoje são, muitas vezes, condições de navegação impostas pelas plataformas e que, em caso de recusa, limitam o acesso à informação, levando a que o utilizador, quase inconscientemente, as aceite, sem compreender efetivamente as permissões que está a dar.

Por esta razão, é cada vez mais importante conhecer o modo de atuação desta recolha de dados para que possamos, de facto, proteger-nos, seja enquanto utilizadores pessoais ou colaboradores de uma empresa.

É cada vez mais frequente nos questionarmos, ao descarregar uma aplicação de uma rede social, uma loja de roupa, ou até mesmo um jogo, porque motivo somos confrontados com a hipótese de disponibilizar acesso aos contactos, imagens ou câmara – sendo que nenhuma dessas funcionalidades é realmente necessária para o seu funcionamento.

Se hoje em dia, e mais do que nunca, a utilização dos dados é fundamental para as empresas perceberem qual a jornada do consumidor, a verdade é que muitas aplicações, especialmente aquelas em que o acesso é gratuito, servem-se dos dados dos utilizadores como “forma de pagamento” – e por isso requerem atenção redobrada.

Contudo, as ameaças vão muito além disto. Surgem também os apelidados “piratas informáticos” com o objetivo de condicionar a atuação, especialmente das empresas, recolher informação confidencial e, em casos mais extremos, culminam em pedidos de resgate. Por esta razão, é necessário que, tanto as empresas como os utilizadores, elevem a cibersegurança a outro patamar e adotem medidas de controlo mais robustas de forma a contornar e evitar incidentes que podem ter, em muitos casos, consequências irreversíveis.

Neste campo, o conhecimento é a melhor arma contra qualquer tipo de investidas. Quanto melhor conhecermos os métodos e técnicas destes cibercriminosos, melhor conseguiremos proteger-nos.

Seguir as recomendações das plataformas, tais como definir palavras-passe fortes, longas, que incluam várias combinações de caracteres, que sejam diferentes nas várias contas, assim como a utilização de métodos de autenticação multifator, é fundamental para que sejam mais difíceis de comprometer. Além disso, outras práticas essenciais são manter o software sempre atualizado, utilizar firewalls e antivírus, não abrir emails e links com conteúdo suspeito e utilizar  apenas websites que forcem comunicações seguras (https).

O dia 8 de fevereiro, Dia da Internet Segura, marca por isso um momento importante de reflexão, para que todos entendamos que a segurança dos dados, sejam dados pessoais ou organizacionais, começa em cada um de nós.