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Acionista da REN compra participação maioritária em elétrica brasileira

O grupo chinês State Grid chegou na terça-feira a acordo para comprar uma participação maioritária na empresa brasileira CPFL.
25 Janeiro 2017, 08h07

O maior acionista da Redes Energéticas Nacionais (REN), State Grid, vai comprar uma participação maioritária na empresa brasileira CPFL, por 4.500 milhões de dólares (4.200 milhões de euros). A compra de 54,64% das ações da CPFL vai permitir à empresa chinesa expandir a sua presença no Brasil, onde está presente desde 2010.

A State Grid opera um total de dez mil quilómetros de linhas de transmissão elétrica no Brasil, incluindo no Rio de Janeiro e São Paulo, e está a construir mais seis mil quilómetros, segundo anunciou em comunicado.

Em Portugal, o grupo fechou, em 2012, a compra de 25% da REN por 387,15 milhões de euros. No entanto, em 2016, a empresa viu vetada a sua proposta por 50% da principal companhia elétrica da Austrália, por motivos de segurança nacional.

A State Grid, a segunda maior empresa do mundo, segundo a revista Fortune, é diretamente tutelada pelo governo central chinês. A CPFL é a maior elétrica privada do Brasil e fornece energia para 24 milhões de pessoas e é líder no fornecimento de energias renováveis, segundo o comunicado difundido na terça-feira.

Através deste negócio, o grupo chinês diz que quer alargar a sua presença na transmissão e distribuição de energia no Brasil e aumentar a geração de energia a partir de fontes renováveis. “O objetivo é diversificar o portefólio da State Grid International e (…) fortalecer a nossa posição de líderes no setor elétrico brasileiro”, afirma em comunicado.

O negócio servirá também como um estímulo para o país sul-americano, que enfrenta a pior recessão económica desde há várias décadas, e para estabilizar as suas finanças públicas. A State Grid está encarregue de distribuir eletricidade para quase 1.000 milhões de pessoas na China.

Em declarações à agência Lusa, o embaixador do Brasil em Pequim, Marcos Caramuru de Paiva, considerou “natural” a entrada de empresas brasileiras na área da energia. “É natural porque já têm a experiência aqui (na China) e porque a China é talvez o único país no mundo capaz de transmitir grandes volumes de energia em distâncias muito longas”, disse.

“O Brasil precisa disso, porque o Brasil tem distâncias muito longas. A energia é gerada no norte do Brasil, para abastecer São Paulo e o sul do Brasil. Então, essas empresas acabaram por encontrar um ambiente muito bom”, explicou.

Outra empresa chinesa do setor energético, a China Three Gorges, que em Portugal detém 21,35% da EDP, comprou nos últimos anos participações em várias centrais elétricas no Brasil. O grupo opera as centrais hidroelétricas da Ilha Solteira e da Jupia, nos estados São Paulo e Mato Grosso do Sul, respetivamente, duas das maiores instalações do género no país.

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