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Acionistas da Cofina aprovam compra da dona da TVI à Prisa

Depois do ‘ok’ dos acionistas da Prisa, eis que os acionistas da Cofina confirmam a compra da Media Capital, votando favoravelmente o aumento de capital necessário para concretizar a compra da dona da TVI. Cofina e Prisa estimam que toda a operação de compra e venda esteja concluída até ao fim do primeiro trimestre do ano, sendo que para a dona do Correio da Manhã a aquisição da Media Capital pode representar sinergias de 46 milhões de euros.
  • Presidente Executivo da Cofina, Paulo Fernandes
29 Janeiro 2020, 19h39

Os acionistas da Cofina aprovaram esta quarta-feira, 29 de janeiro a compra da Media Capital, dona da TVI e Rádio Comercial, à Prisa, em assembleia geral extraordinária de acionistas, segundo comunicado veiculado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O aumento de capital da Cofina que pode ascender a um máximo de 85 milhões de euros, permitindo a concretização da compra da dona da TVI, foi aprovado por 99,48% dos acionistas.

“Alterar a redacção do número 2 do Artigo 4.º dos Estatutos da Sociedade, autorizando o Conselho de Administração para, mediante parecer prévio favorável do Conselho Fiscal, deliberar o aumento do capital social da Sociedade, por uma ou mais vezes, por entradas em dinheiro, num montante global máximo de € 85.000.000,05 (oitenta e cinco milhões de euros e cinco cêntimos), tendo a proposta apresentada sido aprovada nos seguintes termos”, lê-se no ponto um do comunicado veiculado pela CMVM.

No ponto dois do documento, constata-se que 100% dos acionistas da Cofina decidiram a favor de um aditamento estatutário que permite avançar com a operação.

Os acionistas da Cofina deliberaram, assim, a favor compra da Vertix, empresa através da qual a Prisa controlava 94,7% do capital da Media Capital. É essa empresa que a Cofina, dona do CMTV e do Correio da Manhã, vai adquirir para passar a controlar os ativos da Media Capital.

O negócio fica fechado por 123,29 milhões de euros, um valor que avalia a empresa (incluindo dívida) em 205 milhões de euros. Inicialmente, em 21 de setembro de 2019, a venda da Media Capital à Cofina ficara acordada por um enterprise value (valor acordado mais divida) de 255 milhões de euros. Mas, em 23 de dezembro, a Cofina e a Prisa chegaram a acordo para uma redução de 50 milhões de euros do preço de aquisição.

Desta forma, o grupo de Paulo Fernandes vai pagar 1,5406 euros por cada ação da Media Capital, o que se traduz numa redução de 27% do valor que a Prisa vai receber pela dona da TVI face ao previsto inicialmente. Essa redução representa um prejuízo para o conglomerado de media espanhol de 54,3 milhões de euros nas suas contas relativas aos primeiros nove meses do ano.

Do lado da Prisa o negócio está acertado, depois de em 30 de dezembro a Autoridade da Concorrência (AdC) ter anunciado a sua não oposição à compra da Media Capital pela Cofina, que era uma das condições da dona do Correio da Manhã para o sucesso da oferta.

O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CMTV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos. Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África. A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.

Cofina e Prisa estimam que a operação esteja concluída no primeiro trimestre deste ano, sendo que para a dona do Correio da Manhã a aquisição da Media Capital pode representar sinergias de 46 milhões de euros.

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