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Acionistas da EDP chumbam desblindagem do limite de votos. OPA da CTG morre

O fim do limite de 25% do direito de votos por acionista era uma condição de lançamento da OPA chinesa. A CTG disse no início da semana que não prescinde dessa condição, portanto o ‘chumbo’ da ‘desblindagem’ significa a ‘morte’ da oferta.
  • Cristina Bernardo
24 Abril 2019, 18h01

A Assembleia Geral da EDP – Energias de Portugal chumbou esta quarta-feira a proposta de alteração dos estatutos da empresa que permitiria acabar com o limite de votos de 25% por acionista, dando assim um golpe fatal à Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges (CTG) sobre a energética portuguesa.

O ponto foi chumbado após a proposta ter recebido 56,60% dos votos emitidos contra o fim do limite de votos. Segundo os estatutos da empresa, era necessária uma maioria qualificada de dois terços dos votos emitidos na assembleia-geral, para a proposta passar.

O ponto tinha sido adicionado à agenda no dia 1 de abril a pedido do Fundo Elliott, que entrou no capital da empresa em outubro ao comprar uma participação de 2,29% e que mostrou oposição à oferta chinesa.

A OPA lançada pela CTG a 11 de maio do ano passado tinha como condição de lançamento a alteração dos estatutos para ‘desblindar’ o limite dos votos. A estatal chinesa detém 23,27% da EDP, enquanto a compatriota CNIC tem uma participação de 4,98%.

Na semana passada, a Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários determinou que “a eventual rejeição pelos acionistas daquela proposta de alteração estatutária implicará a não verificação de uma das condições para o lançamento e registo da oferta sobre a EDP (e, por conseguinte, também da oferta sobre a EDP Renováveis), o que, exceto no caso de o oferente exercer a faculdade de renúncia à referida condição, será suscetível de dar como não verificado um dos requisitos de que depende o registo pela CMVM das ofertas e, por conseguinte, a sua extinção”.

Na segunda-feira, dia 22 de abril a CTG a notificou Rui Medeiros, vice-presidente da Mesa da Assembleia Geral da EDP , que “todas as condições a que o lançamento da Oferta se encontra sujeita permanecem em vigor e, especificamente, no caso de o resultado da votação não permitir a eliminação do atual limite à contagem de votos, que a CTG não renunciará a essa condição”.

A reunião contou com acionistas que representam 65,18% do capital da empresa.

[atualizada]

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