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Acionistas da Prisa aprovam venda da TVI à Cofina

Os acionistas da empresa dona da TVI deram luz verde à venda estação de televisão e outros ativos à companhia que detém o Correio da Manhã e a CMTV, entre outros.
  • CEO da Cofina, Paulo Fernandes
29 Janeiro 2020, 10h41

Os acionistas da empresa espanhola Prisa aprovaram esta quarta-feira, 29 de janeiro a venda da TVI à Cofina. Na assembleia extraordinária de acionistas da Prisa de hoje “foram aprovadas todas as propostas submetidas”, segundo comunicado divulgado pela dona do jornal espanhol El País.

“Em 20 de setembro de 2019, Promotora de Informaciones, S.A. [a Prisa] (como vendedor) acordou com a Cofina SGPS, S.A. (como comprador) um contrato de compra e venda de 100% das ações da Vertix, SGPS, S.A., o que implica a transferência indireta de 94,69% do capital social do Grupo Média Capital, SGPS, S.A., empresa cotada na Euronext em Lisboa – Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, S.A. O referido contrato de venda, que foi modificado em alguns aspectos a fim de dar maior certeza de execução à operação através de uma adenda assinada em 23 de dezembro de 2019, está sujeito ao cumprimento de normas suspensivas, entre as quais a aprovação do mesmo pela Assembleia Geral da Promotora de Informaciones, S.A.”, lê-se no documento enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores de Espanha (CNMV).

Os acionistas da Prisa deliberaram, assim, a favor venda da Vertix. É através da Vertix que a Prisa controlava 94,7% do capital da Media Capital, a dona da TVI e Rádio Comercial, e é essa empresa que a Cofina, dona do CMTV e do Correio da Manhã, vai adquirir para passar a controlar os ativos da Media Capital. Esta deliberação do lado da Prisa estava dependente de uma aprovação de pelo menos 85% dos acionistas, sendo que , de acordo com o Cinco Días, 99% votaram a favor da venda da Vertix e, consequentemente, alienação da Media Capital.

O negócio fica fechado por 123,29 milhões de euros, um valor que avalia a empresa (incluindo dívida) em 205 milhões de euros. Inicialmente, em 21 de setembro de 2019, a venda da Media Capital à Cofina ficara acordada por um enterprise value (valor acordado mais divida) de 255 milhões de euros.

Contudo, em 23 de dezembro, a Cofina e a Prisa chegaram a acordo quanto a uma redução de 50 milhões de euros do preço de aquisição. Assim o grupo de Paulo Fernandes vai pagar 1,5406 euros por cada ação da Media Capital, o que se traduz numa redução de 27% do valor que a Prisa receber face ao previsto inicialmente. Essa redução representa um prejuízo para o conglomerado de media espanhol de 54,3 milhões de euros nas suas contas relativas aos primeiros nove meses do ano.

Do lado da Prisa o negócio está acertado, depois de em 30 de dezembro a Autoridade da Concorrência (AdC) ter anunciado a sua não oposição à compra da Media Capital pela Cofina, que era uma das condições da dona do Correio da Manhã para o sucesso da oferta.

A Prisa deliberou favoravelmente, ainda, a nomeação de María Teresa Ballester Fornés como diretora independente da Prisa e uma ordem de delegação de poderes.

Também os acionistas da Cofina reúnem esta quarta-feiram numa assembleia geral de acionistas extraordinária para aprovar o negócio.

O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CMTV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos. Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África. A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.

Prisa e Cofina estimam que a operação esteja concluída no primeiro trimestre deste ano, sendo que para a dona do Correio da Manhã a aquisição da Media Capital pode representar sinergias de 46 milhões de euros.

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