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Ações portuguesas representam menos de 1% dos ativos sob gestão

Investimento em ações portuguesas, em maio, atingiu os 102,5 milhões de euros, menos que a exposição à Apple e à Microsoft juntas.
12 Julho 2020, 19h00

Em maio, os 156 fundos de investimento mobiliário (FIM) nacionais geriam cerca de 12,3 mil milhões de euros em ativos, segundo os indicadores mensais compilados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que são os mais recentes. Os dados demonstram que o investimento dos FIM em ações das empresas nacionais cotadas em bolsa é ínfimo, especialmente quando comparado com o investimento em ações de outros países.

A 31 de maio o investimento em ações nacionais ascendeu a 102,5 milhões de euros e representou apenas 6,3% da totalidade da carteira de investimento em ações, na qual se incluem os títulos de empresas europeias e de fora da Europa, avaliada em 1.618,6 milhões de euros. Além disso, a exposição dos FIM às ações portuguesas tinha um peso de apenas 0,8% no total da carteira dos ativos sob gestão.

Por comparação com o investimento em ações norte-americanas, só a exposição à Apple, avaliada em 58,1 milhões de euros, correspondeu a mais de metade do investimento em ações portuguesas. Se a esta exposição se somar o investimento de 56,4 milhões de euros em ações da Microsoft, perfazendo 114,5 milhões, supera-se a exposição total dos FIM às ações das empresas nacionais.

No mercado nacional, é de notar que 70,4% da carteira de ações portuguesas geridas pelos FIM, é composta por dez empresas cotadas no PSI-20, que é o principal índice bolsista do país, num montante de 72,1 milhões de euros (ver tabela). As outras empresas da bolsa nacional captaram um investimento de 30,3 milhões, o que representa 29,6% da carteira de ações portuguesas em que os FIM investiram.

Numa análise por indústria, entre as dez empresas com mais peso na carteira de ações portuguesas, as companhias que atuam na energia foram as que mais captaram investimento. A exposição total a este setor, desdobrado entre EDP, EDP Renováveis, Galp Energia e REN, ascendeu a 28,2 milhões de euros, ou 27,5% do investimento total em ações das empresas nacionais. Seguiu-se a indústria do retalho, com a Jerónimo Martins e a Sonae SGPS a captarem investimento de 18,8 milhões de euros, ou 18% do total. Já o investimento na pasta de papel, onde atua a Navigator Company e a Altri, teve uma exposição de 10,8 milhões de euros, isto é, 10,5% do total.

Destaque ainda para os setores das telecomunicações e da banca, aqui representados pela NOS e pelo Millennium bcp, respectivamente. A telecom captou um investimento de 8,2 milhões de euros, ocupando o último lugar do pódio das empresas do PSI-20 com mais peso no investimento dos FIM, apenas superada pela Jerónimo Martins e pela EDP.

Já as ações do banco liderado por Miguel Maya captaram um investimento de 6,1 milhões, surgindo em sétimo lugar das empresas do PSI-20 em que os FIM mais investiram.

Nos mercados acionistas internacionais, a exposição dos FIM é dominada pelo setor da tecnologia, avaliada em 288 milhões de euros, com ações da Apple, Microsoft, Alphabet (dona da Google), Intel, Siemens, Samsung, ASML e SAP.
Os FIM têm ainda uma forte exposição às marcas de luxo — L.V.M.H. e Inditex — avaliada em 75,9 milhões, à qual se pode juntar ainda um investimento de 41 milhões em ações da NIKE, elevando o valor da exposição a marcas de roupa para os 116,9 milhões de euros.

OS FIM canalizam ainda bastante investimento para indústria química e farmacêutica. Somando as exposições a ações da BASF, da Sanofi e da Roche, o investimento ascendeu a 82,6 milhões de euros.

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