[weglot_switcher]

Adelson: o milionário que se ofereceu para pagar embaixada dos EUA em Jerusalém

A nova embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém abrirá em maio de 2018 para coincidir com o 70.º aniversário da independência de Israel.
26 Fevereiro 2018, 06h50

Várias autoridades norte-americanas disseram à agência Associated Press que a administração Trump recebeu uma oferta do mega-doador republicano Sheldon Adelson, para cobrir os custos de pelo menos parte da nova embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém.

Os advogados do Departamento de Estado estão neste momento a avaliar a legalidade de aceitar doações privadas para cobrir os custos, noticou a agência. A nova embaixada dos EUA em Jerusalém abrirá em maio de 2018 para coincidir com o 70.º aniversário da independência de Israel.

Sheldon, que foi ‘cortejado’ por Trump durante longos meses para ser um dos financiadores da campanha, nunca ficou tímido ao falar da sua fortuna. Uma vez, em Washington, durante uma recepção oficial na Casa Branca, cumprimentou o presidente George W. Bush e disse-lhe: “Sabe, eu sou o judeu mais rico do mundo”.

Nesta altura, Adelson encontrava-se no terceiro lugar da lista dos mais endinheirados do planeta. Nas conversas informais com os amigos o empresário americano, casado e com cinco filhos, afirmava que em breve iria ser o líder e destronaria o investidor Warren Buffett e o fundador da Microsoft, Bill Gates.

Dificilmente este desejo será concretizado – segundo o ‘ranking’ da Forbes está no 14º lugar dos mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 39,9 mil milhões de dólares. A crise financeira, que penalizou fortemente o setor do jogo, roubou-lhe o sonho de liderar o ‘top’ dos multimilionários. Mas, aos 84 anos, a enorme influência política mantém-se – desta vez ao lado de Trump.

Nos negócios, a empresa Las Vegas Sands é a Meca do jogo. Situada em Los Angels e em Macau, gere diversos hotéis de luxo com mais de três mil quartos, 50 pisos e dezenas de casinos. Em Junho de 2009, a companhia inaugurou em Macau o maior casino do mundo, chamado Venetian.

Mesmo com a crise, Adelson nunca baixou os braços em situações desesperantes. Ele é filho de um imigrante lituano que trabalhava como taxista e de uma americana, proprietária de uma modesta retrosaria. Dormia com os três irmãos e os pais num pequeno quarto. Aos 12 anos, pediu emprestados 200 dólares a um tio para comprar os direitos da comercialização de jornais nas ruas da cidade. Durante quatro anos levantou-se todos os dias de madrugada para distribuir os diários. Insatisfeito com a rentabilidade do negócio decidiu, aos 16 anos, ir vender doces.

Mais tarde, abandonou os estudos no liceu de Boston para servir o exército. Esteva lá três anos e meio. “Muitas pessoas pensam que tipos como eu têm sucesso por explorar os empregados e passar por cima de toda a gente”, disse à revista ‘New Yorker’. O empresário admitiu ainda que o tempo passado no exército lhe deu mais consciência e empenho para ajudar os mais desfavorecidos.

Depois tornou-se consultor financeiro de empresas, investiu em imobiliário e antes de atingir os 40 já tinha uma fortuna avaliada em cinco milhões de dólares.

Recorde-se que o presidente Donald Trump anunciou a 6 de dezembro o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a mudança da embaixada norte-americana de Telavive para a cidade considerada santa por cristãos, judeus e muçulmanos. O anúncio foi contestado pela generalidade da comunidade internacional. Israel ocupou Jerusalém Oriental em 1967 e anexou-a em 1980, contra a posição da comunidade internacional. Os palestinianos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado da Palestina a que aspiram.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.