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Adiado julgamento do maior angariador de apostas VIP do mundo em Macau

O Ministério Público (MP) de Macau acredita que o grupo criminoso alegadamente liderado por Chau levou a região administrativa especial chinesa a perder cerca de 8,26 mil milhões de dólares de Hong Kong (1,06 mil milhões de euros) em receitas fiscais desde 2013.
2 Setembro 2022, 10h32

O Tribunal Judicial de Base de Macau adiou esta sexta-feira o início do julgamento por associação criminosa e branqueamento de capitais de Alvin Chau, antigo diretor executivo do maior angariador de apostas VIP do mundo, Suncity.

Inicialmente previsto para começar esta tarde (hora local), o julgamento de Chau e de mais 20 arguidos foi adiado para dia 19 deste mês, devido à ausência de vários arguidos, noticiaram vários meios de comunicação social locais.

Segundo a acusação, citada pelo portal de notícia GGRAsia, o Ministério Público (MP) de Macau acredita que o grupo criminoso alegadamente liderado por Chau levou a região administrativa especial chinesa a perder cerca de 8,26 mil milhões de dólares de Hong Kong (1,06 mil milhões de euros) em receitas fiscais desde 2013.

O MP acusou oficialmente Chau da prática dos crimes de participação em associação criminosa (punível com pena de prisão até dez anos), chefia de uma associação criminosa (até 12 anos de prisão), branqueamento de capitais (até oito anos de cadeia) e de exploração ilícita do jogo (até três anos).

A decisão foi tomada na sequência do interrogatório de 11 arguidos e dada “a gravidade da natureza dos referidos crimes, nomeadamente o seu enorme impacto e abalo causados à exploração lícita do setor do jogo de Macau e à estabilidade da ordem financeira” do território, indicou, em comunicado, o MP, que identificou 92 testemunhas que poderão ser chamadas a depor no julgamento.

Em 2019, no curso de uma investigação, a Polícia Judiciária de Macau tinha detetado a existência de um grupo criminoso a aproveitar as operações das salas VIP para criar redes de plataformas de jogo para angariar residentes do interior da China para jogo ‘online’ ilícito.

As autoridades de Wenzhou, na província de Zhejiang, no leste da China, acusaram Chau de liderar uma vasta rede que captava apostadores para salas de jogo e casas de aposta ‘online’ a operar além-fronteiras.

De acordo com uma nota das autoridades chinesas, Chau é acusado de estabelecer uma empresa de gestão de ativos na China continental para facilitar a troca de ativos por fichas de jogo, de forma a contornar o restrito controlo de saída de capitais no continente e facilitar a cobrança de dívidas contraídas pelos clientes.

O empresário também terá criado uma plataforma ‘online’ de jogos de azar nas Filipinas e em outros locais, em 2016, visando facilitar o jogo transfronteiriço.

Chau terá aliciado, no total, 80 mil apostadores do continente.

A detenção em novembro de Alvin Chau e o encerramento de todas as salas de jogo do grupo Suncity atingiram de forma muito significativa a indústria do jogo de Macau.

O número de licenças de promotores de jogo em Macau emitidas para este ano pela Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos caiu de 85 para 46.

As receitas do jogo VIP nos casinos de Macau fixaram-se em 6,8 mil milhões de patacas (842,4 milhões de euros) na primeira metade de 2022, menos 61% do que no mesmo período de 2021.

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