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Administração Trump recua na lei de separação das famílias de imigrantes

Os Estados Unidos vão deixar de separar crianças dos pais imigrantes na fronteira, após o presidente Donald Trump ter assinado esta quarta-feira uma ordem executiva para acabar com a separação de crianças dos pais imigrantes.
20 Junho 2018, 21h48

O presidente norte-americano, Donald Trump, assinou esta quarta-feira uma ordem executiva para acabar com a separação de crianças dos pais imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México, depois de uma onda de contestação interna e externa da “política de tolerância zero com a imigração”.

Uma fonte da Casa Branca disse à agência noticiosa “Efe” que Trump assinou o documento para permitir que as crianças fiquem com os pais nos centros de detenção para os quais os imigrantes sem documentos são mandados durante longos períodos de tempo.

Ainda assim, o  45.º presidente dos EUA afirmou que a política de “tolerância zero” é para continuar.

Esta quarta-feira, a secretária da Segurança Nacional dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, fez saber que estaria a preparar uma proposta para apresentar a Trump para acabar com a separação de famílias na fronteira do país.

Os pormenores da proposta não são conhecidos, mas a ordem generalista é de que não mais crianças sejam separadas das suas famílias na fronteira dos EUA.

O presidente norte-americano disse que, por um lado, os casos de separação entre crianças e as suas respetivas famílias deviam-se às leis que foram criadas anteriormente à sua presença na Casa Branca e que, por outro, o assunto “é muito fácil de resolver”.

Nesta semana – ao refutar qualquer responsabilidade na matéria e recusando admitir que essa prática é uma imposição da sua administração –, Trump fez saber que as autoridades se limitam a aplicar a lei. E que, de qualquer modo, as crianças separadas são bem tratadas.

Quanto a esta última matéria, várias organizações internas aos Estados Unidos recolheram provas de que, no terreno, as coisas se passam de forma diversa, com atropelos aos princípios e aos direitos mais básicos. Uma congressista democrata disse mesmo que a questão da separação entre pais e filhos “não é um problema de imigração mas de humanidade”.

De qualquer modo, os jornais norte-americanos adiantam que a questão está levantar uma grande polémica interna, com a população a aceitar muito mal que o Estado federal maltrate crianças.

Será por isso que Donald Trump mostrou sinais de que alteraria a lei de separação das famílias. “Vou assinar algo brevemente [ainda hoje]”, afirmou hoje à tarde aos jornalistas presentes na Casa Branca. Donald Trump referia-se à ordem executiva anunciada ao ínicio desta noite.

No local – argumento que a administração Trump já utilizou – as autoridades afirmam que os imigrantes ilegais tentam usar as crianças como forma de assegurarem a entrada no país, e que o uso da lei pretende exatamente obviar a essa circunstância.

Mas, sendo Trump muito adverso a deixar que a opinião pública interna tenha motivos de reserva para lhe apontar, a pressa com que a administração está aparentemente a preparar uma nova lei pode querer dizer que o presidente norte-americano está a interessado em ‘secar’ a fonte de problemas internos que se criou na fronteira com o México.

De qualquer modo, Trump também já disse que os imigrantes que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos vão continuar a ser tratados como criminosos, como sucede à luz das atuais leis do país.

(com Lusa)

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