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Adolfo Mesquita Nunes propõe Conselho Nacional para marcar eleições antecipadas no CDS-PP

O ex-secretário de estado do Turismo e antigo vice-presidente do CDS-PP considera que a “crise de sobrevivência” que o partido enfrenta não poderá ser resolvida pela atual direção e que é preciso “mudar de caminho” para travar a “velocidade da erosão” do CDS-PP.
  • Nuno André Ferreira/LUSA
27 Janeiro 2021, 10h15

O ex-deputado e ex-secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, propõe a realização de um Conselho Nacional para convocar eleições antecipadas para a liderança do CDS-PP. O antigo vice-presidente do CDS-PP considera que a “crise de sobrevivência” que o partido enfrenta não poderá ser resolvida pela atual direção e que é preciso “mudar de caminho” para travar a “velocidade da erosão” do CDS-PP.

“A consolidação dos novos partidos à direita, que estas eleições presidenciais vieram confirmar, só reforça a velocidade da erosão do CDS: um partido que não marca a agenda, que não se antecipa, que não passa a mensagem, que não se afirma como alternativa, que não é ouvido nem tido em conta, que parece conformado em caminhar para a irrelevância”, escreve, num artigo de opinião publicado no jornal “Observador”.

Apesar de considerar que a direção liderada por Francisco Rodrigues dos Santos, eleita há um ano, “tem total legitimidade para continuar em funções, tendo ganho um congresso”, Adolfo Mesquita Nunes considera que “a crise de sobrevivência” que o CDS-PP atravessa “não conseguirá ser resolvida com esta direção” e, por isso, sugere ao partido a realização de um Conselho Nacional urgente para que possam ser marcadas eleições antecipadas.

Francisco Rodrigues dos Santos completou esta esta terça-feira, dia 26, um ano, o que significa que o líder centrista ainda tem mais outro ano de mandato, mas Adolfo Mesquita Nunes diz que em 2022 será “tarde de mais”. “Será demasiado tarde para reagir, com os partidos emergentes a consolidar-se cheios de entusiasmo e o CDS a decair projetando uma imagem de erosão. Daqui a um ano, será tarde demais”, frisa.

O ex-secretário de Estado de Pedro Passos Coelho defende que, se o Conselho Nacional reunir entretanto, o partido ainda vai “a tempo de autárquicas”, que deverão acontecer nos finais de setembro ou inícios de outubro, e o CDS-PP ainda irá a tempo de “projetar uma nova força”. “O CDS tem de tomar uma decisão: quer mudar de caminho enquanto é tempo, e portanto mudar de direção; ou quer seguir o caminho até aqui, mantendo tudo como está?”, diz.

Adolfo Mesquita Nunes acrescenta que o CDS-PP ainda vai a tempo da mudança e sublinha que “é um dever de consciência” de todos os militantes democratas-cristãos “reagir e vencer”. “É um apelo à consciência independente de cada um, de cada militante, sem facções, sem tribos, sem segmentos, sem revanchismo, sem tendências – de olhos postos no futuro, aberto a todos os que podem contribuir para dar uma nova força ao CDS neste derradeiro momento”, indica.

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