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AEminho critica “imprudência” do Governo nas propostas dirigidas às empresas

“Consideramos insensato, imprudente e, também por isso, desajustado da função e responsabilidade de um chefe de um Governo propagandear este tipo de pacotilhas como tem vindo a ser feito semanalmente”, lê-se no comunicado da AEMinho.
27 Junho 2022, 12h37

A Associação Empresarial do Minho (AEMinho) critica as medidas que têm vindo a ser apresentadas pelo Governo para ajudar as empresas, considerando-as insuficientes, “irrefletidas e nada fundamentadas”, segundo um comunicado divulgado esta segunda-feira, 27 de junho.

“Consideramos insensato, imprudente e, também por isso, desajustado da função e responsabilidade de um chefe de um Governo propagandear este tipo de pacotilhas como tem vindo a ser feito semanalmente”, lê-se no documento.

“Estes episódios só podem ser entendidos como manobras comunicacionais e de marketing para desviar a atenção dos portugueses dos temas que verdadeiramente afetam o país e com enorme impacto na vida das pessoas, como o eminente colapso do sistema nacional de saúde, a inflação galopante, a subida das taxas de juro, o problema recorrente do nosso sistema de ensino, a flagrante incapacidade de organização e gestão das autoridades policiais para responder ao aumento de turistas nos nossos aeroportos ou mesmo fazer esquecer os milhões de euros do erário injetados na TAP sem que haja daí um retorno efetivo para a qualidade de vida das pessoas”, acrescenta.

Em concreto, a associação critica o desajuste em relação às exigências do Governo e a realidade do país. “Num ano em que as melhores projeções do crescimento económico não passam os 5,8%” e em que os funcionários públicos foram aumentados 0,9%, Costa “veio a público declarar que os salários tinham de ser aumentados em 20%, sem explicar como esperava que isso iria impactar na produtividade das empresas, sem fundamentar, nem se quer explicar como iriam as empresas suportar esse aumento de custos”, aponta.

A AEMinho enviou uma proposta ao Governo, sugerindo dividir o custo dos encargos, com o Estado a comprometer-se a reduzir em 10% os impostos sobre o trabalho e as empresas comprometidas a promover esse aumento no salário médio. “Até à data não sabemos qual é a posição do Governo. Na verdade, não ouvimos nem mais uma palavra sobre este tema”.

“Na semana passada vimos o primeiro-ministro a alvitrar sobre a adaptação das empresas a supostas novas exigências geracionais em relação à carga laboral. Com todo o respeito que nos merece, sentimos uma vez mais que era mais um ‘bitaite’. Uma vez mais, não se percebeu na proposta qualquer evidência ou fundamento e, tendo em conta a conjuntura macroeconómica do país e do mundo, consideramos também ser mais uma proposta inoportuna no tempo e na forma”, acrescenta a nota.

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