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Aeroporto internacional de Cuba reabre após oito meses de encerramento

A primeira aeronave a aterrar no domingo de manhã foi uma das companhias aéreas da SwiftAir, com origem em Miami, que foi recebida com os tradicionais arcos de água pressurizados.
16 Novembro 2020, 08h53

O aeroporto internacional de Havana, a principal entrada em Cuba e o único na ilha que recebe companhias aéreas norte-americanas, retomou as operações regulares no domingo, após oito meses fechado devido à pandemia de covid-19.

Neste primeiro dia, os dois terminais internacionais do aeroporto da capital cubana tinham mais de 20 voos programados, 11 dos quais provenientes dos Estados Unidos. A primeira a aterrar no domingo de manhã foi uma das companhias aéreas da SwiftAir, com origem em Miami, que foi recebida com os tradicionais arcos de água pressurizados.

A reabertura do Aeroporto José Martí, que desde abril só opera voos humanitários e de carga, foi realizada ao abrigo de protocolos rigorosos de biossegurança que serão mantidos durante toda a crise sanitária, disseram funcionários do aeroporto à imprensa.

Estas medidas já estavam em vigor nos outros nove aeroportos internacionais do país, que retomaram as operações há um mês e desde então receberam voos de países como o México, o Canadá, a Alemanha e a Rússia.

Os protocolos incluem a medição de temperatura em vários pontos do aeroporto, uma avaliação física de cada passageiro, a entrega de uma declaração de saúde, o uso obrigatório da máscara, a distância física e a desinfeção das mãos.

Todos os passageiros são submetidos a um teste PCR à chegada e a um segundo teste no quinto dia da estada em território cubano, cujos resultados serão conhecidos até 48 horas, em ambos os casos.

O chefe do Departamento de Controlo Sanitário Internacional do Ministério da Saúde Pública (Minsap) cubano, Carmelo Trujillo, disse que todos os viajantes estarão sob vigilância epidemiológica no destino, quer nas casas de familiares, casas de aluguer ou instalações turísticas.

Os viajantes devem permanecer em isolamento até serem notificados do resultado negativo do segundo teste PCR, disse o responsável, que salientou que as medidas em vigor para aeroportos, portos e marinas se destinam a minimizar o risco de pessoas doentes entrarem no país.

A partir de 01 de dezembro, Cuba cobrará por estes protocolos uma taxa de saúde de 30 dólares (25 euros) para todos os viajantes, a qual será incluída no preço dos bilhetes, pelo que não será necessário pagá-la à chegada ao país.

O aeroporto de Havana concentra mais de 50% das operações aéreas de Cuba, com um fluxo de até 20.000 passageiros em alguns dias, embora por agora se estime que 30 a 40% desse movimento será mantido, de acordo com o funcionário.

A decisão do Governo de reabrir o aeroporto de Havana coincide com o controlo da segunda vaga do novo coronavírus na capital, que durante semanas foi o epicentro da pandemia neste país das Caraíbas e esteve sujeito a fortes limitações de atividade e restrições de transporte e circulação, incluindo um recolher obrigatório noturno durante o mês de setembro.

Durante o último mês, de acordo com dados oficiais, as infeções diárias em Havana permaneceram abaixo dos dois dígitos, com vários dias em que não foram registados novos casos.

Até à data, Cuba acumulou 7.590 casos da doença e 131 mortes causadas por covid-19.

A reabertura do aeroporto deverá também dar um impulso à economia do país, que está a atravessar a crise mais grave das últimas duas décadas, o que se reflete numa escassez premente de produtos básicos, alimentos e medicamentos.

A possibilidade de viajar novamente vai reativar o tráfego de “mulas”, uma vez que as pessoas são conhecidas por voar para outros países para comprar os produtos que estão em falta nos mercados e revendê-los em Cuba, um mercado negro que tem servido durante anos para aliviar a escassez crónica de alimentos no país.

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