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Aeroportos. PCP não quer que seja “a Vinci a mandar em Portugal”, diz Jerónimo

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou hoje abstruso que se fale na localização do futuro aeroporto do país em Alcochete e simultaneamente no Montijo.
2 Julho 2022, 17h57

“É abstruso que se fale no aeroporto de Alcochete e, simultaneamente, se diga também o aeroporto do Montijo. Para quê? Para ao fim de quatro anos, cinco, os portugueses iam perceber melhor essa confusão e essa desvalorização que se faz à solução mais duradoura que é Alcochete”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O líder comunista falava aos jornalistas à margem da sessão evocativa do centenário do nascimento de José Saramago (1922-2010), na Azinhaga, concelho da Golegã (Santarém).

Jerónimo de Sousa salientou que se está “a falar de uma obra estrutural que determinará também o sentido” do progresso e do desenvolvimento do país.

“Depois daqueles episódios que acho inútil trazer para aqui, a verdade é que continua a colocar-se a questão da necessidade do aeroporto de Alcochete, confirmado, de uma forma geral, por diversas instituições, entidades, que reconhecem isso”, adiantou o secretário-geral do Partido Comunista Português.

O líder do PCP garantiu que o partido vai “continuar a persistir para que não seja a Vinci a mandar em Portugal”.

“Estamos a falar da ANA [empresa responsável pela gestão de 10 aeroportos no país], da Vinci, estamos a falar da ocupação que fizeram com a privatização da ANA, que dá rendimentos brutais sempre garantidos e o Estado português parece querer claudicar e, particularmente, o Governo deste bem económico, deste bem estratégico que nos pode ajudar a sair da situação em que nos encontramos”, acrescentou.

Questionado sobre a situação vivida no Governo (PS) na última semana, Jerónimo de Sousa respondeu: “Poderia dizer um disparate. Melhor é não dizer nada, portanto, porque não percebi nada”.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro, o socialista António Costa, determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.

A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.

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