Vladimir Putin assinou esta semana um decreto presidencial que prevê a mobilização de cidadãos para o exército russo para combaterem na Ucrânia.
O decreto foi publicado no portal oficial russo que contém toda a legislação, mas um dos artigos do documento foi apagado da versão pública para ocultar a informação.
O jornal russo independente “Novaya Gazeta” – cujos jornalistas estão a trabalhar fora da Rússia por terem sido perseguidos pelo Kremlin – revelou esta semana que este artigo prevê a mobilização de um milhão de cidadãos para combaterem na Ucrânia. O meio cita uma fonte do Kremlin.
O ministério da Defesa defendeu que o documento não devia ser de todo divulgado publicamente. Mas depois foi decidido censurar apenas o artigo sete.
“Eles mudaram o número várias vezes e finalmente pararam num milhão”, disse a fonte.
O “Novaya Gazeta” contactou várias fontes em diferentes ministérios para tentar confirmar a informação, mas estas responderam que o decreto também aparece censurado no sistema interno do Governo russo.
“Da minha conta no sistema de gestão de documentos, vejo o mesmo texto que todos os outros: o artigo sete está escondido”, disse um responsável de um dos ministérios.
O porta-voz do Kremlin já veio negar esta informação. “A única coisa que posso dizer é repetir o que o ministro da Defesa [Sergey Shoigu] disse na sua entrevista: 300 mil pessoas. O artigo menciona o número de até 300 mil pessoas”.
Mais de 1.300 pessoas já foram detidas na Rússia em protestos contra a mobilização.
Em pelo menos quatro cidades russas, as autoridades militares locais já emitiram ordens a impedir os reservistas de viajarem.
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