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Afinal, Putin e o Kremlin vão mobilizar um milhão de russos para a guerra na Ucrânia

O Kremlin já negou este valor e disse que quer mobilizar 300 mil cidadãos. Mas o decreto presidencial de Putin aparece censurado no artigo que dita o número de cidadãos que vão ser chamados para combater pelo exército russo na Ucrânia.
24 Setembro 2022, 12h05

Vladimir Putin assinou esta semana um decreto presidencial que prevê a mobilização de cidadãos para o exército russo para combaterem na Ucrânia.

O decreto foi publicado no portal oficial russo que contém toda a legislação, mas um dos artigos do documento foi apagado da versão pública para ocultar a informação.

O jornal russo independente “Novaya Gazeta” – cujos jornalistas estão a trabalhar fora da Rússia por terem sido perseguidos pelo Kremlin – revelou esta semana que este artigo prevê a mobilização de um milhão de cidadãos para combaterem na Ucrânia. O meio cita uma fonte do Kremlin.

O ministério da Defesa defendeu que o documento não devia ser de todo divulgado publicamente. Mas depois foi decidido censurar apenas o artigo sete.

“Eles mudaram o número várias vezes e finalmente pararam num milhão”, disse a fonte.

O “Novaya Gazeta” contactou várias fontes em diferentes ministérios para tentar confirmar a informação, mas estas responderam que o decreto também aparece censurado no sistema interno do Governo russo.

“Da minha conta no sistema de gestão de documentos, vejo o mesmo texto que todos os outros: o artigo sete está escondido”, disse um responsável de um dos ministérios.

O porta-voz do Kremlin já veio negar esta informação. “A única coisa que posso dizer é repetir o que o ministro da Defesa [Sergey Shoigu] disse na sua entrevista: 300 mil pessoas. O artigo menciona o número de até 300 mil pessoas”.

Mais de 1.300 pessoas já foram detidas na Rússia em protestos contra a mobilização.

Em pelo menos quatro cidades russas, as autoridades militares locais já emitiram ordens a impedir os reservistas de viajarem.

 

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