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“Agressão”, “Resposta rápida”, “Posição justa”. As reações da comunidade internacional ao ataque dos EUA à Síria

Este terá sido o primeiro ataque direto dos EUA, ordenado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na Guerra Civil da Síria, que se tem vindo a arrastar desde 2011.
  • Omar Sanadiki/REUTERS
7 Abril 2017, 10h40

O ataque aéreo com 59 mísseis perpetrado pelos Estados Unidos contra uma base militar das forças fiéis ao regime do presidente Bashar al-Assad na madrugada desta sexta-feira está a causar uma onda de reações na comunidade internacional. E se uns se mostram a favor do ataque, outros referem-se a ele como uma “ameaça” que vem intensificar um conflito que tem vindo a atingir proporções dantescas.

Este terá sido o primeiro ataque direto dos EUA, ordenado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na Guerra Civil da Síria, que se tem vindo a arrastar desde 2011. Pelo menos seis militares sírios foram mortos durante o ataque à base militar de Shayrat.

 

Rússia: O ataque norte-americano foi “uma agressão contra um Estado soberano”

A Rússia, que tem intervindo na Guerra Civil da Síria em favor das forças de Bashar al-Assad, já reagiu também ao ataque dizendo que este representa “uma agressão contra um Estado soberano” e que a ofensiva norte-americana está “em violação com as normas do direito internacional” sob “um pretexto falso”.

O porta-voz do Kremlin, diz ainda que o presidente russo, Vladimir Putin, vê este ataque como “uma tentativa de distração face às baixas civis que têm vindo a ser registadas no Iraque” e exige uma reunião urgente na ONU.

 

China opõem-se ao uso da força em assuntos internacionais

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, reitera a posição da Rússia, dizendo que embora se oponha ao uso de armas químicas, também não apoia o uso da força no que toca a assuntos internacionais.

“A posição da China sobre o uso de armas químicas é consistente. Somos contra o uso de armas químicas por qualquer país, qualquer organização ou qualquer indivíduo sob quaisquer condições para quaisquer fins. Condenamos o recente ataque com armas químicas na Síria, mas apoiamos uma investigação independente e abrangente conduzida pela ONU sobre esta matéria”, afirma Hua Chunying.

 

Irão lembra que ataque apenas serve para “fortalecer os terroristas”

Também o Irão, que é aliado da Síria e da Rússia na Guerra da Síria, classifica a ação como “destrutiva”. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão classifica a ofensiva como “uma ação unilateral é perigosa, destrutiva e viola os princípios da lei internacional”.

O Irão lembra os norte-americanos de que o ataque desta sexta-feira apenas ajudará a “fortalecer os terroristas” e que esta intervenção vai “complicar ainda mais a situação da Síria e da região”.

 

Austrália apoia “resposta rápida e justa dos Estados Unidos”

Numa posição contrária, o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, afirma que a Austrália “apoia firmemente a resposta rápida e justa dos Estados Unidos”, depois do ataque químico levado a cabo esta quarta-feira pelas forças do regime.

Malcolm Turnbull sublinha que a Síria “cometeu um crime de guerra chocante” e que a resposta dos Estados Unidos foi “calibrada, proporcionada e direcionada” e que levará até Assad “uma forte mensagem”.

 

Alemanha e França mantém apoio à intervenção internacional

Da Alemanha e da França chega uma nota conjunta da chanceler alemã Angela Merkel e do presidente francês François Hollande, que garantem que ambos os países “continuarão os seus esforços na Guerra ao lado dos seus parceiros para punir da maneira mais apropriada os atos criminosos relacionados ao uso de armas químicas”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Jean-Marc Ayrault, afirma ainda que “os russos e os iranianos devem perceber que não podem continuar a apoiar o Governo de Bashar al-Assad de uma maneira tão desprezível” e que “os norte-americanos estão a começar a estabelecer a sua posição de condenação face a regime criminoso de Assad”.

“Agora é hora de reconsiderar o que decidimos juntos – a base da transição política – que terá de respeitar as negociações de Genebra. Essas negociações não devem ser falsas, devem ser profundas, sinceras e eficientes”, acrescenta Jean-Marc Ayrault.

 

Reino Unido apoia “totalmente” o gesto norte-americano

Numa breve declaração, o Governo britânico fez saber em comunicado, que o alegado ataque químico levado a cabo pelas forças leais ao presidente sírio Bashar al-Assad foi inadmissíveis e que por isso “o Governo britânico apoia totalmente o gesto dos EUA” de retaliar.

 

Turquia: Intervenção norte-americana foi uma “resposta positiva” ao ataque químico

Também a Turquia considera que este ataque terá sido uma “resposta positiva” aos últimos desenvolvimentos da Guerra Civil Síria. Aos jornalistas, o porta-voz da Presidência turca, Ibrahim Kalin, explica que “o que aconteceu em Idlib [a principal cidade afetada pelo ataque químico] na quarta-feira, provavelmente pela mão do regime sanginário de Assad, mostra total desrespeito pela perspetiva de uma transição política pacífica e pelos esforços para impor o cessar-fogo”.

“A destruição da base aérea de Shayrat marca um passo importante para garantir que os ataques químicos e convencionais contra a população civil não fiquem impunes”, defende Ibrahim Kalin, sublinhando que “agora é crucial trabalhar em conjunto, sob a égide das Nações Unidas, para a paz e para uma situação política”.

 

Israel espera que a mensagem chegue a Teerão e Pyongyang

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também já reagiu ao ataque norte-americano dizendo que “espera que esta medida face às ações terríveis do regime de Assad seja compreendida não só em Damasco, mas também em Teerão, Pyongyang e outros sítios”.

Em atualização

 

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