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Agricultores insatisfeitos com medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis

Os agricultores explicam que os gastos estão a esgotar a sua tesouraria e as suas organizações, “uma vez que não conseguem refletir nos preços finais os agravamentos de custos com que estão a ser confrontados, o que poderá levar ao abandono da atividade agrícola”.
1 Julho 2022, 16h56

A Confederação nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) afirma estar “indignada com as modestas medidas de mitigação do aumento dos preços dos combustíveis que o Governo apresentou esta sexta-feira para os meses de julho e agosto”.

Em comunicado, a Confagri defende que “qualquer medida que seja tomada para reduzir os custos fixos associados à energia terão de ter em conta o mercado ibérico e não permitirem a desvantagem competitiva dos nossos agricultores face aos seus congéneres espanhóis”.

“Estes sucessivos aumentos em cadeia estão numa espiral inflacionistas sem fim à vista e com estas medidas paliativas, como hoje anunciadas (aumento do desconto no ISP de 3,4 cêntimos para seis cêntimos por litro no gasóleo agrícola), não vamos conseguir assegurar a manutenção da atividade agrícola. Por consequência, não vamos conseguir manter ou aumentar, como é esperado, a capacidade produtiva do sector, o que agravará a nossa situação de dependência externa para valores incomportáveis”, afirma a nota.

Os agricultores explicam que os gastos, tanto em adubos, pesticidas, mão-de-obra e outros fatores de produção, estão a esgotar a sua tesouraria e as suas organizações, “uma vez que não conseguem refletir nos preços finais os agravamentos de custos com que estão a ser confrontados, o que poderá levar ao abandono da atividade agrícola”.

O presidente da Confagri, Idalino Leão, afirma que “esta é a hora de se saldar a dívida de gratidão para com os agricultores”, como havia afirmado o primeiro-ministro num evento agrícola, porque foram eles que, “aquando do confinamento, nunca ficaram em casa, mantendo ativa e eficiente toda a cadeia agroalimentar (campo, indústria e distribuição), para que nada faltasse à mesa dos portugueses”, indica a nota.

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