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‘Águias’ vão a votos. Da herança de Vieira ao controlo da SAD, o que separa Rui Costa e Francisco Benítez

As eleições deste sábado colocam frente a frente uma espécie de evolução na continuidade, protagonizada por Rui Costa e uma oposição total ao designado “Vieirismo”, que na opinião de Francisco Benítez, ainda é o legado da lenda do SL Benfica. Conheça o que junta e o que separa estes candidatos.
  • José Sena Goulão/Lusa
9 Outubro 2021, 10h00

Um ano depois, os sócios benfiquistas voltam às urnas. A “Operação Cartão Vermelho” obrigou ao afastamento de Luís Filipe Vieira, que tinha sido reeleito em outubro de 2020 para cumprir mais um mandato até 2024. Rui Costa assumiu o papel de presidente e com três meses de presidência no currículo, avançou para uma candidatura que é mais do que favorita à vitória final.

As eleições deste sábado colocam frente a frente uma espécie de evolução na continuidade, protagonizada por Rui Costa e uma oposição total ao designado “Vieirismo”, que na opinião de Francisco Benítez, ainda é o legado da lenda do SL Benfica. Conheça o que junta e o que separa estes candidatos.

Herança de Luís Filipe Vieira

Os processos judiciais em que o SL Benfica se encontra envolvido também foram tema de campanha. Neste enquadramento, Francisco Benítez esteve sempre ao ataque – referindo que estas eleições só iriam ter lugar porque ex-presidente foi preso – e fez questão de recordar a Rui Costa que esteve 13 anos nas direções de Luís Filipe Vieira. O ex-jogador defende-se, esclarecimento que “há processos em curso e ninguém pode fugir deles. Para já, o Benfica não foi acusado de nada. Luís Filipe Vieira saiu por questões pessoais e não questões do Benfica”. Benítez manifestou enorme receio caso Rui Costa insista em manter nomes como Domingos Soares de Oliveira e Miguel Moreira porque acredita que foram cometidos “crimes graves para o Benfica” em que “não se respeitou o dinheiro dos benfiquistas”. O opositor de Rui Costa quer um portal de transparência onde se perceba quanto é que um jogador custou ao Benfica.

Que estratégia para o futebol?

Para o opositor de Rui Costa, o Benfica “não tem rumo” no futebol. No debate entre os dois candidatos que teve lugar na Benfica TV, o empresário critica a discrepância entre épocas “em que se investem milhões” e que, quando estava em causa a conquista do penta, as ‘águias” investiram “só nove milhões”. Este empresário acredita que “sem objetivo e sem rumo, nunca vamos conseguir acertar”. Rui Costa defende quem o principal objetivo do clube para por dominar o futebol nacional e socorre-se dos cinco títulos de campeão em oito épocas. O dirigente refuta a ideia de Benítez e acredita que existe uma “estratégia delineada”: “Um plantel curto, homogéneo, aproveitando a formação.

Formar para vender ou para ganhar?

Francisco Benítez reconhece a Academia do Seixal como “obra feita por Luís Filipe Vieira” mas lamenta que o princípio seja “formar para vender” e não “formar para ganhar”. Para este candidato, existe demasiado existe demasiado “frenesim” assim que um jogador entra, “porque vai valer milhões”. Por seu lado, Rui Costa lamenta que o Benfica tenha de vender jogadores da formação, por vezes ao final de pouco tempo no plantel principal: “tem a ver com as decisões dos próprios jogadores e com o mercado nacional que não permite aos clubes manter jogadores durante muitos anos”. O antigo camisola 10 do SL Benfica reconheceu no debate da Benfica TV que “em Portugal não conseguimos oferecer aos jogadores as vantagens financeiras e em termos de estatuto que os cinco principais campeonatos dão. Independentemente da prestação na Liga dos Campeões. O que os jogadores querem hoje é darem o salto para essas ligas”. O antigo vice de Vieira destaca que isso “é algo que nós tentamos interromper”.

Controlo da SAD do Benfica

O tema da venda de 25% da SAD do Benfica ao empresário norte-americano John Textor levantou uma questão que pode colocar-se não só ao clube da Luz como a qualquer outro clube português: poderá o clube perder o controlo da SAD? Nesta questão não existem dois pontos de vista em debate: tanto Rui Costa como Francisco Benítez concordam que o clube deverá ser sempre o detentor da SAD. Inclusivamente, o empresário destacou em entrevista ao jornal desportivo “Record” que “se houvesse a mais pequena hipótese de perder, automaticamente me demitiria. No entanto, para Benítez, isso não significa que a SAD não deva ser atrativa para investidores externos: “Um presidente deve estar sempre aberto a falar, desde os sócios a investidores, mas queremos perceber exatamente o que querem. Se há amor e querem ajudar ou querem especular com o Benfica”.

Dúvidas em torno da auditoria forense

Na sequência das investigações em torno da Operação “Cartão Vermelho”, o tema da auditoria tem sido alvo de debate entre as duas candidaturas. No troca de ideias que se realizou na “Benfica TV”, o atual presidente do clube da Luz e candidato neste escrutínio, destacou que a auditoria forense “está a decorrer” e que existe disponibilidade para que façam novas auditorias no sentido de esclarecer todos os temas”. Já Francisco Benítez, tem várias questões acerca deste processo: “Quando começou, quem faz e quando termina”. Além disso, este candidato acredita que a auditoria forense não se deve limitar à SAD mas “a todo o grupo, SAD, SGPS, aos atos de gestão, indícios de ilegalidade e de crime. O empresário, forte opositor à gestão de Luís Filipe Vieira, defende que deve ser uma empresa estrangeira “com pouca ligação ao Benfica” a efetuar esta auditoria e deixa uma farpa ao opositor: “Quando era jogador tinha visão de jogo enorme e agora como gestor deixou de ter essa visão.

 

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