[weglot_switcher]

Air France-KLM está a avaliar oportunidades de consolidação na aviação

O grupo admite desta forma a aquisição e concentração no setor, para fortalecer e complementar as redes das duas companhias aéreas europeias.
6 Novembro 2019, 07h38

O Grupo Air France-KLM está a avaliar oportunidades de consolidação do setor da aviação a nível mundial revelaram ontem, dia 5 de outubro, os seus responsáveis máximos durante um encontro com investidores que teve lugar em Paris, admitindo desta forma a possibilidade de aquisições e concentrações no setor dos transportes aéreos a nível global.

“O Grupo Air France-KLM continuará, de forma pragmática a avaliar oportunidades de consolidação. Apoiado na força das suas numerosas parcerias globais bem sucedidas, a Air France-KLM irá considerar de forma pragmática as oportunidades de consolidação quando e onde elas fizerem sentido, numa perspetiva de complementar e fortalecer as redes da Air France e da KLM, mantendo ao mesmo tempo uma estrita disciplina financeira”, destaca um comunicado do grupo a que o Jornal Económico teve acesso.

A Air France-KLM organizou uma apresentação para investidores em Paris, com a presença de Benjamin Smith, CEO do grupo, juntamente com Pieter Elbers, presidente e CEO da KLM; Anne Rigail, CEO da Air France; e Frederic Gagey, CFO da Airbus-KLM-

Estes responsáveis traçaram as prioridades estratégicas e a previsível trajetória financeira do grupo para os próximos cinco anos.

Restaurar uma dinâmica rentabilidade sutentável baseada num novo modelo de valor focado nos ‘stakeholders’ primários – empregados, clientes e acionistas – é uma das prioridades deste plano da Air France-KLM.

“Um plano desenhado em redor de quatro prioridade estratégicas essenciais: optimizar o modelo operacional, refocar no crescimento da receita por passageiro nos segmentos mais lucrativos, desenvolver iniciativas sobre dados dos consumidores, sobre o programa de lealdade ‘Flying Blue’, sobre a carga e a manutenção; e analisar de forma pragmática oportunidades de consolidação. Cada uma destas iniciativas sustenta o objetivo do grupo em permanecer líder na transição ecológica do setor”, assume um comunicado do grupo.

Em termos financeiros, a meta, no campo dos lucros, é atingir uma margem operacional de 7% a 8% no médio prazo.

Obter ‘free cash flows’ ajustados positivos a médio prazo e a perspetiva de regresso à distribuição de dividendos aos acionistas são outros objetivos da Air France-KLM na área financeira.

“Num ambiente competitivo e de rápida transformação para as companhias aéreas europeias, o Grupo Air France-KLM tem todos os ativos para reconquistar a sua posição de liderança”, assinalou nesta ocasião Benjamin Smith, CEO do grupo.

O mesmo responsável acrescentou que, “graças à dedicação dos empregados dos osso empregados da Air France, KLM e Transavia, desde o final de 2018 temos sido capazes de estabelecer os fundamentais do nosso plano em direção ao futuro: simplificar a nossa frota, clarificar a nossa marca e o nosso posicionamento no mercado, e libertar uma significativa flexibilidade comercial e operacional devido aos novos acordos laborais”.

“Este é um ponto de partida de uma estratégia que permitirá à Air France-KLM reinventar-se, criando valor para todos os ‘stakeholders’ essenciais. Iremos optimizar o nosso modelo operacional e aumentar as receitas para melhorar significativamente a nossa margem operacional. Tudo o que fazemos irá sustentar o nosso objetivo de permanecer como um pioneiro na indústria como o grupo mais empenhado na sustentabilidade ambiental global”.

A nota informativa assinala que a Air France-KLM Group tem diversos ativos únicos, como as suas três marcas – Air France, KLM e Transavia – , os seus dois ‘hubs’ em Paris, que é o maior destino de entrada no transporte aéreo mundial, e Amesterdão, o ‘hub’ de conexão líder na Europa, assim como uma rede combinada extensa e complementar e as potencialidades comerciais das suas parcerias.

“Para alavancar de forma integral esses ativos, o grupo deve simplificar e optimizar o seu modo de operação e reposicionar-se para captar o tráfego mais rentável”, defende a referida nota informativa.

Os próximos passos estratégicos do grupo passarão por diversas prioridades principais, a prosseguir em cada uma das três companhias aéreas do grupo.

A primeira será optimizar o modelo operacional, através da redução de custos e do aumento da eficiência; gerir a frota e o produto de uma forma mais flexível e optimizada; simplificar os processos de cada uma das companhias aéreas; acelerar a renovação da frota; implementar sinergias de grupo adicionais; e pressionar as autoridades francesas para criar um ambiente de negócio mais competitivos para as companhias aéreas.

A refocagem do crescimento da receita por passageiro nos segmentos mais rentáveis, alavancando ‘hubs’ e a identidade das marcas mais poderosas, é a segunda prioridade estratégica.

A terceira passa por simplificar o portefólio de insígnias em torno das três marcas principais – Air France, KLM e Transavia – para melhor atingir os segmentos de mercados mais rentáveis.

A quarta prioridade estratégica do grupo é optimizar as redes, com cada uma das companhias aéreas a focar-se no seu ‘expertise’ único e nos seus ativos ‘core: a KLM, reforçando a sua posição de liderança no aeroporto de Schipol enquanto deve continuar a crescer de forma a tornar-se o a companhia ‘benchmark’ para conectar tráfego para e da Europa; a Air France, para alavancar a sua força no mercado local e no segmento ‘premium’, beneficiando do facto de Paris e França serem os maiores destinos de entrada a nível mundial; para a Air France e para a Transavia, reforçarem as suas posições no aeroporto de Paris-Orly por intermédio de uma melhor alavancagem dos portefólios de ‘slots’ num aeroporto congestionado; para a Transavia, consolidar a sua posição de liderança no segmento ‘low-cost’ na Holanda e ambicionar ser a companhia ‘low-cost’ líder em França em número de aeronaves baseadas; e, em termos gerais, conseguir uma melhor definição do alvo em relação aos clientes para oferecer uma oferta personalizada crescente a um custo reduzido de venda.

Por fim, o roteiro estratégico da Air France-KLM destaca o vetor da responsabilidade social e da sustentabilidade, em particular através dos planos das três companhias aéreas de reduzir as suas emissões de CO2 por passageiro em 50% até 2030, além de promover o aparecimento de combustíveis sustentáveis.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.