“Queremos tornar o destino de Paris cada vez mais atrativo. Este ‘hub’ tem uma vantagem de ser duplo entre o Charles de Gaulle (CDG) e Schipoll, em Amesterdão. Esta é uma vantagem que nenhum outro ‘hub’ (plataforma de concentração de rotas e destinos) tem, nem na Europa, nem nos países do Golfo [Pérsico]”, disse ontem Jean-Marie Janaillac, ‘chairman’ e CEO da Air France, numa conferência de imprensa que teve lugar neste aeroporto da capital francesa e que reuniu centenas de jornalistas de todo o mundo.
O pretexto para este evento foi a comemoração do 20º aniversário do CDG, considerado pelos próprios gestores do aeroporto como o ‘hub’ mais robusto da Europa e pulmão da rede Air France, 100 mil passageiros diários, 25.000 oportunidades de ligação semanais em termos de destinos, e 6.500 agentes ou funcionários desta infraestrutura aeroportuária.
Por seu turno, Augustin de Romanet, ‘chairman ‘ e CEO do Grupo ADP – Aéroports de Paris sublinhou que esta infraestrutura com capacidade para quatro pistas tem todo o espaço para crescer, até porque “está previsto que o tráfego mundial de passageiros aéreos duplique até 2035, em particular em mercados como a China, onde se estima que em poucos anos possa haver um mercado potencial de 150 milhões passageiros”.
O aeroporto CGD é atualmente o segundo com maior volume de passageiros na europa, a seguir a Heathrow, em Londres, mas a sua capacidade de expansão é muito maior.
Como sublinhou Janaillac, a Air France está empenhada na digitalização crescente da relação com os seus clientes e na consolidação de parcerias com outras companhias aéreas, como as que estão no terreno com a Delta para os Estados Unidos (que lhe permite ter já 25% de quota de mercados nas ligações aéreas entre a Europa e a América do Norte), onde é concorrente da TAP, que está a reforçar as ligações para os destinos norte-americanos.
Além da América do Norte, a Air France/KLM irá fazer concorrência aguerrida à TAP nos mercados de África e da América do Sul, além de querer reforçar as alianças que já estabeleceu com diversas companhias aéreas chinesas, como a China Eastern ou a China Southern.
Jean-Marc Janaillac revelou ainda que a intenção de a Air France e a KLM lançarem uma companhia com custos reduzidos – é diferente de uma ‘low cost’ porque a redução de custos não se reflete no cliente final mas sim nos pilotos – deverá avançar no terreno até ao final deste ano porque se chegou na passada quarta-feira a um acordo entre a empresa e os sindicatos dos pilotos.
Recorde-se que a Air France e a KLM operam já uma companhia de ‘low cost’, a Transavia, que já tem em Portugal o seu segundo maior mercado de passageiros a nível global (ver edição impressa de hoje do Jornal Económico).
No que respeita à aposta na digitalização, a Air France já disponibiliza 247 quiosques ‘self-service’ para ganhar tempo a imprimir o cartão de embarque ou a sua etiqueta de bagagem; 58 balcões para a entrega automática de bagagem (drop-off) em 30 segundos; 56 portas em ‘self-boarding’, para embarcar os 178 passageiros dos A320 em 12 minutos; e 2.500 ‘tablets’ utilizados pelo pessoal de terra da Air France para assegurar aos clientes uma resposta rápida e personalizada, independentemente de onde se encontram no aeroporto.
A Air France oferece ainda WiFi dedicado aos seus passageiros em todos os seus salões (‘lounges’).
O ‘hub’ da Air France regista atualmente mil partidas e chegadas e o despacho de 100 mil malas por dia.
Os mais de 40 milhões de passageiros que escolhem o aeroporto Charles de Gaulle todos os anos têm à sua escolha 320 destinos em 114 países, operados pela Air France e pela KLM.
Nota: O jornalista viajou a convite do Grupo Air France/KLM
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