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Alberto João Jardim defende governo de salvação nacional e mudança urgente no PSD

O antigo presidente do Governo da Madeira considera que o PSD nacional “paga o preço das suas retrações pequeno-burguesas, dondocas, ante o politicamente correto. Em vez de liderarmos a transformação do sistema político, por dentro como sempre defendi, hoje temos uma pseudo-esquerda troglodita que sacraliza cega e conservadoramente a Constituição de 1976”, critica.
  • Cristina Bernardo
4 Fevereiro 2021, 07h44

O antigo presidente do Governo da Madeira, Alberto João Jardim, defendeu um governo de salvação nacional e uma mudança urgente no PSD.

“Tenho uma grande amizade pessoal para com Rui Rio. Admiro-lhe a firmeza nos princípios e nos valores, bem como o seu humanismo, inteligência, patriotismo e humildade. Portanto, não está em causa a lealdade que lhe devo, mas é urgentíssimo que o Partido Social Democrata mude”, defende Jardim, num texto publicado hoje no JM (Jornal da Madeira).

Com o título “Repôr o PSD”, o artigo sustenta que se impõe “saber convencer com racionalidade a metade dos portugueses que não vota” e que tal começa por um “compromisso sério e credível de, sempre em regime democrático, alterar o sistema político”, um propósito que deve ser “imediato” antes “que os extremos políticos captem o meio Portugal que não adere ao presente estado de coisas”.

Para o antigo presidente do PSD-Madeira e do Governo Regional, o “triunfo irresponsável do politicamente correto” salda-se, hoje, numa grande abstenção de portugueses “claramente alérgicos à situação política em Portugal”, o que abriu espaço para a “extrema-direita monopolizar as motivações e necessidades de tantos portugueses”.

E, acrescenta, “também o PSD nacional paga o preço das suas retrações pequeno-burguesas, dondocas, ante o politicamente correto”.

“Em vez de liderarmos a transformação do sistema político, por dentro como sempre defendi, hoje temos uma pseudo-esquerda troglodita que sacraliza cega e conservadoramente a Constituição de 1976”, critica.

O antigo líder do PSD/M propõe uma estratégia para o PSD nacional, assente “num retorno às origens e a Sá Carneiro e “ser o PSD a se reassumir como o principal e único viável partido anti-sistema político, pressionando uma revisão constitucional para aperfeiçoamento e defesa do regime democrático”.

Em todo o território nacional, o “desencadeamento de uma doutrinação política efetiva sobre a social-democracia moldada no personalismo – Primado dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana sobre o Estado e as restantes Instituições – com exorcismo firme dos orçamentalismos e do genocídio social de 2011” e uma intervenção “permanente e agressiva contra a incompetência, as contradições e o descalabro dos Governos Costa”.

Alberto João Jardim propõe ainda “a absoluta necessidade de um Governo de Salvação Nacional, com os partidos democráticos, dada a situação económico-social de Portugal piorar de dia para dia e o País ter caído para a cauda da Europa mesmo antes do covid-19”, facto que considera “absolutamente indispensável para os portugueses segurarem o Estado Social”.

O PSD, defende, não deve hesitar “na construção de um federalismo europeu”, deve liderar o processo de regionalização e reassumir-se “como nos tempos de Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Cavaco Silva e Durão Barroso”, como o “partido das autonomias, fazendo frente ao centralismo jacobino dos socialistas e ao colonialismo subjacente às lógicas comunistas e da extrema-direita”.

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