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Alcoólicos têm de esperar mais de dois meses por tratamento

O tempo médio de espera pode chegar a 67 dias, o que, dada a “maleabilidade emocional” de um alcoólico pode ser prejudicial para o tratamento e pode levar mesmo à sua desistência.
21 Novembro 2017, 09h18

Um alcoólico que queira iniciar um tratamento contra a dependência do álcool tem de esperar meses atá ser chamado para internamento numa unidade de alcoologia. O tempo médio de espera pode chegar a 67 dias, o que, dada a “maleabilidade emocional” de um alcoólico pode ser prejudicial para o tratamento e pode levar mesmo à sua desistência, avança o jornal ‘Público’.

“O alcoólico, como o toxicodependente, tem uma maleabilidade emocional muito grande e se no momento em que decide iniciar tratamento não obtém uma resposta atempada, quando finalmente o chamam pode já não estar em maré de sim”, considera Manuel Cardoso, o subdirector-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Nos primeiros nove meses do ano, a Unidade de Alcoologia de Lisboa registou um tempo médio de espera para internamento de 57 dias. Já na Unidade de Desabituação do Norte, os tempos médios de espera foram ainda mais longos, rondando os 67 dias. “É muito tempo”, contesta Manuel Cardoso.

A falta de médicos, enfermeiros e auxiliares é apontada como uma das principais razões para os elevados tempos de espera, que têm levado a um aumento generalizado das listas de espera.

Em Portugal, o consumo de bebidas alcoólicas voltou a aumentar nos últimos anos, de acordo com o IV Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoactivas na População Geral para os anos 2016/17. A população com um consumo de risco médio fixou-se em 12,6% e em 3,6% a percentagem de consumidores de risco elevado ou mesmo dependentes alcoólicos.

Manuel Cardoso salienta ainda que 13,1% das mortes registadas no ano passado foram motivadas por problemas e doenças derivados do consumo excessivo de álcool.

 

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