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Alemanha: SPD inicia votação do acordo para formar Governo com Angela Merkel

O acordo vai permitir acabar com a instabilidade política que se arrasta há quase meio ano no país, mas há sociais-democratas que admitem que vão votar contra uma nova coligação com a chanceler Angela Merkel.
  • Fabrizio Bensch/Reuters
20 Fevereiro 2018, 12h45

O partido social-democrata alemão (SPD) deu esta terça-feira início à votação do acordo firmado pelo ex-líder do SPD, Martin Schulz, com a chanceler Angela Merkel para formar Governo na Alemanha. O acordo vai permitir acabar com a instabilidade política que se arrasta há quase meio ano no país, mas há sociais-democratas que admitem que vão votar contra uma nova coligação.

Se entre os membros mais antigos do partido – habituados a coligações – o acordo é visto como uma forma de a Alemanha acabar com o caos político originado pelas eleições de setembro, os membros mais novos não pensam da mesma maneira. O líder da juventude do SPD, Kevin Kühnert, está em campanha pelo país a favor do “não” à coligação e garante que o melhor para o país seria voltar a eleições.

“Estamos contra esta coligação desde o início, muito devido ao resultado das eleições. O SPD e a União Democrata Cristã perderam 14% dos votos. Não acreditamos que seja tarefa desses partidos formarem, novamente, esta coligação”, afirma Kevin Kühnert, citado pela “Euronews”. “Não creio que a última coligação tenha sido assim tão estável. Em vez disso, não conseguiu tomar decisões. No final, as duas partes continuam a bloquear-se”, acrescenta.

Já o deputado do SPD Fritz Felgentreu reconhece que “o passado, o SPD trabalhou numa grande coligação e acabou por perder as eleições e é, por isso, que muitos membros estão céticos sobre juntarem-se a um novo Governo”. “Estou, totalmente, a favor [do acordo]. Poderíamos fazer muitas coisas importantes pelas pessoas que votaram em nós, mas só podemos conseguir alguma coisa, quando estamos no Governo. É por isso que devemos ir em frente”, sublinha.

Os mais de 460 000 membros do SPD têm até dia 2 de março para decidirem se são ou não a favor do acordo. Caso o “sim” venha a ganhar estas eleições, Angela Merkel inicia o quarto mandato como chanceler, dez dias depois. Já uma vitória do “não” levaria a Alemanha a novas eleições e iniciaria um novo período de grande incerteza na Europa. As sondagens dão uma ligeira vantagem ao “sim”.

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