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Aliados ultimam “posição coletiva” sobre futuro da Ucrânia na NATO, diz Costa

Os Aliados da NATO estão a ultimar uma “posição coletiva” sobre o futuro da Ucrânia na Aliança Atlântica, disse hoje o primeiro-ministro, no dia em que o Presidente ucraniano exortou a um “convite claro” na cimeira de julho.
1 Junho 2023, 16h25

“Os Aliados estão a trabalhar na preparação da próxima Cimeira de Vílnius e neste momento é prematuro ainda dizer qual vai ser a posição que os Aliados vão assumir. Não haverá posições individuais, haverá uma posição coletiva e nós participaremos e estamos a participar na formação dessa posição coletiva”, declarou António Costa.

Falando à imprensa portuguesa no final da segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, na cidade moldava de Bulboaca, o chefe de Governo respondia ao apelo hoje feito Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse esperar um “convite claro” à integração na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) na cimeira da Aliança Atlântica de julho, falando num “ano de decisões”, que inclui também a integração europeia.

Salientando que a questão da integração da Ucrânia na NATO “não se coloca para já”, António Costa defendeu que “a melhor forma de garantir uma paz justa e duradoura, após terminar a ofensiva militar, é em função daquilo que for a negociação dos termos de paz”.

“Infelizmente, estamos muito longe ainda dessa situação”, adiantou o primeiro-ministro, lamentando ainda os “ataques violentíssimos contra Kiev”, registados hoje.

Já quando questionado sobre o apoio português à Ucrânia, António Costa referiu que “Portugal tem enviado bastante material militar de diferente natureza”, de acordo com as suas “capacidades e disponibilidades”.

“No que diz respeito à Aliança que está a ser desenvolvida, a plataforma multilateral […] envolvendo vários países sobre a capacidade de combate aéreo, a disponibilidade que nós temos e aquilo que onde participaremos é nas ações de formação, [enquanto] outros participarão a outros níveis”, elencou.

A posição surge depois de, na semana passada, Portugal se ter manifestado disponível para dar formação a pilotos ucranianos na utilização dos caças F-16, mas ter apontado que para já não há disponibilidade para enviar aeronaves.

“Há vários países que têm trabalhado para ver como é que, no conjunto, podem satisfazer” as necessidades da Ucrânia e “aquilo que nos cabe a nós nessa operação é participar nas ações de formação”, adiantou António Costa à imprensa portuguesa.

Horas antes, Volodymyr Zelensky disse que, “no verão, em Vílnius [capital da Lituânia] na cimeira da NATO, é necessário um convite claro para a adesão da Ucrânia e são necessárias garantias de segurança no caminho para a integração”.

Intervindo na sessão pública da cimeira da Comunidade Política Europeia, que decorreu na cidade de Bulboaca e perto da fronteira ucraniana, aquele que foi um convidado de honra deste encontro, que juntou 45 países e três líderes de instituições europeias, apontou ser “necessária uma decisão clara e positiva na adesão à UE”, pelo que este é “um ano de decisões”.

A Moldova acolhe hoje a segunda cimeira da Comunidade Política Europeia, a plataforma de cooperação para a segurança e estabilidade da Europa, com líderes da União Europeia (UE) e de outros países, agora focada na paz e energia.

Tal como a Moldova, a Ucrânia é candidata à UE desde junho de 2022.

A segunda cimeira da Comunidade Política Europeia junta cerca de 50 dirigentes de todo o continente europeu no Castelo Mimi em Bulboaca, a 35 quilómetros da capital da Moldova, Chisinau, e perto de 20 quilómetros da fronteira com a Ucrânia.

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