Alta representante diz que UE precisa de estratégia de segurança “completamente nova”

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, afirmou hoje que é necessária “uma política externa e de segurança completamente nova” que substitua as orientações de 2003, de quando a Europa era “próspera e segura”. Numa audição no parlamento português, em Lisboa, a também vice-presidente da Comissão Europeia considerou que a União Europeia (UE) vive “uma […]

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, afirmou hoje que é necessária “uma política externa e de segurança completamente nova” que substitua as orientações de 2003, de quando a Europa era “próspera e segura”.

Numa audição no parlamento português, em Lisboa, a também vice-presidente da Comissão Europeia considerou que a União Europeia (UE) vive “uma nova era” a nível geopolítico e de segurança e, como tal, precisa de “uma estratégia completamente nova”.

A ex-ministra italiana referiu que a chamada “estratégia Solana” (referente a Javier Solana, ex-alto representante e artífice da política de segurança europeia) é um documento que já tem 11 anos (2003) e “diz na sua primeira linha que a União Europeia nunca foi tão próspera e segura”.

A responsável europeia desafiou depois os deputados portugueses a contribuírem para a definição desta nova estratégia de segurança, um processo “lançado nas últimas semanas” e que deve abranger também “questões de política externa a nível global”.

“Sabemos muito bem que a segurança e a política externa são duas faces da mesma moeda e é difícil traçar uma linha precisa”, afirmou Mogherini.

Neste contexto, a alta representante para a Política Externa apelou a “um maior envolvimento dos parlamentos nacionais, da sociedade civil e do Parlamento Europeu para aprofundar e identificar os valores e interesses comuns a nível europeu” nestes campos, pois estes “são os únicos que podem servir os interesses nacionais”.

“O grande desafio que temos perante nós é eliminar este fosso que existe entre as capitais nacionais e Bruxelas, como se fossem duas coisas distintas”, afirmou, advertindo que a cooperação é um dos princípios básicos das políticas de segurança.

A chefe da diplomacia dos 28 disse ainda estar a “tentar nestes primeiros meses começar um novo método de trabalho em Bruxelas” e, “com todas as dificuldades que isso implica, a tentar começar uma cooperação interinstitucional, mais do que uma competição”, entre todos os intervenientes na ‘capital’ da Europa: Conselho, Comissão e Parlamento Europeu.

Federica Mogherini apontou como objetivo “tentar fazer” com que a União Europeia “seja uma”: “Quando a União Europeia fala, é a União Europeia, não é a Comissão, não é o Conselho, a União Europeia deve falar como uma só”.

Para promover este “espírito e trabalho de equipa”, a responsável afirmou ter identificado com todos os ministros da Defesa, Negócios Estrangeiros e Administração Interna e com os comissários destas áreas um conjunto de “temas externos” para que possam ser encontradas sinergias.

“Encontrámos mais [ponto comuns] do que pensávamos ao início e tentamos trabalhar e encontrar sinergias internas e externas, porque no combate ao terrorismo é difícil traçar uma linha entre o que é externo e interno”, declarou.

OJE/Lusa

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