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Altice diz que acusação da NOS sobre alegada fraude é “grave e gratuita”

A Altice reagiu à entrevista dada pelo CEO da NOS ao ‘Expresso’. Fonte oficial da empresa disse ao JE que vê como “irresponsável e preocupante” as acusações feitas por Miguel Almeida ao Governo e à Anacom. “Indicia a necessidade de fazer prova de vida”.
24 Março 2018, 13h00

A Altice recusou comentar diretamente a acusação feita por Miguel Almeida, CEO da NOS, sobre uma alegada fraude nas zonas afectadas pelos incêndios de 2017, em cooperação com o Governo e a Anacom, e que terá afetado 250 mil lares. No  entanto, questionada sobre que comentário faz à entrevista do CEO da NOS ao Expresso, fonte oficial da Altice afirmou ao Jornal Económico que a empresa não irá reagir formalmente, mas adiantou que considera “irresponsável e preocupante o ataque grave e gratuito feito ao Governo Português e ao próprio regulador”.

O presidente da NOS afirmou ao ‘Expresso’ que não tem mais de dois ou três clientes sem comunicações nas zonas afectadas pelos incêndios de 2017, e apontou para uma empresa associada à PT/Altice. “Há uma fraude com a qual os governos e a Anacom têm pactuado”. disse.

A fonte oficial da Altice respondeu que “estranha-se que recebendo do Estado e, portanto, dos contribuintes, quase dez milhões de euros pelo contrato de serviço universal , apenas tenha responsabilidade por dois ou três clientes”.

“Trata-se de uma entrevista do CEO da NOS sobre a Altice, que indicia a necessidade de ‘fazer prova de vida’”, sublinhou.

Miguel Almeida considerou que o assunto tem que ver com ligações fornecidas pelo incumbente a montante que ainda não estão restabelecidas e diz que há “fraude” e problemas de concorrência na Fibroglobal, empresa dona de redes rurais no centro do país comprada por uma empresa alegadamente associada à Altice. Almeida acusou ainda sucessivas administrações da Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) e governos  de terem “pactuado, com o seu silêncio e inação”, num caso que alega ter deixado 250 mil lares afetados.

Durante a tarde de sábado, a NOS divulgou um esclarecimento, no qual reafirma que “a Fibroglobal é uma fraude, pois foi construída com dinheiros públicos para servir todo o mercado, à semelhança das outras redes rurais no Norte e no Sul do País e que são usadas pelos diversos operadores”, adiantando que “o caso da Fibroglobal continua por resolver, havendo apenas um operador que a usa”.

Sublinhou que “em momento algum, a NOS acusou de fraude o Governo, este ou outro, a ANACOM, esta administração ou outra, nem mesmo o seu único concorrente que a utiliza. O que a NOS e outros operadores têm vindo a assistir é a uma completa inação sobre este dossier que prejudica cerca de 250 mil lares portuguesa que deveriam ter direito a poder escolher o seu provedor de serviços e não ficar limitada a apenas uma oferta”.

Media Capital suscita debate

O presidente da NOS falou ainda da oposição que a empresa está a fazer à tentativa da Altice comprar a Media Capital e voltou a tecer críticas à Entidade Reguladora da Comunicação por falta de deliberação. Almeida referiu que acredita que a operação “não vai acontecer porque é muito negativa” para os consumidores.

Em resposta, a fonte oficial da Altice  sublinhou que a empresa “confia na decisão do regulador e saúda o facto de a NOS ter recuado na sua posição, dizendo que havendo remédios até não é contra a operação.”

[Atualizada às 18h31]

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