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Altri com lucros de 29,8 milhões 145% acima do primeiro trimestre de 2021

As receitas sobem 49,6% e o EBITDA cresce 85,1% para 61 milhões. Já a margem de EBITDA alcança 24,5%, “reflexo da crescente eficiência num contexto de inflação generalizada”, refere a empresa. As ações valorizaram 3,79% antes da apresentação das contas trimestrais.
26 Maio 2022, 17h09

O Grupo Altri reportou resultados líquidos de 29,8 milhões de euros no primeiro trimestre, o que traduz um aumento de 144,8% face ao trimestre homólogo do ano anterior. Isto é, gerou 12,2 milhões de lucros a mais face ao mesmo período no ano passado. Este é o valor dos resultados excluindo as operações descontinuadas nos primeiros três meses de 2021.

As receitas sobem 49,6% e o EBITDA cresce 85,1% para 61 milhões. Já a margem de EBITDA alcança 24,5%, “reflexo da crescente eficiência num contexto de inflação generalizada”, lê-se na nota.

“O desempenho financeiro foi fortemente impactado pelo volume de produção de fibras, mas principalmente pelo crescimento das vendas num contexto de alta dos preços nos mercados internacionais. Assim, as receitas totais do Grupo Altri atingiram os 249,2  milhões de euros no primeiro trimestre de 2022, um crescimento de 46,5% face ao mesmo período de 2021”, lê-se no comunicado.

A Altri destaca que “apesar do aumento de custos com o gás natural, químicos assim como um maior nível de importação de madeira terem ditado um acréscimo relevante dos custos de produção por tonelada, o EBITDA atingiu 61 milhões de euros, um aumento de 85,6% face ao primeiro trimestre de 2021, com a margem EBITDA reportada a aumentar em 5,1 pontos percentuais para os 24,5%”.

“O grupo manteve um forte desempenho nos primeiros três meses deste ano, prosseguindo o trabalho de excelência realizado em 2021. Apresentámos um elevado nível de produção de fibras celulósicas, acabando por beneficiar da forte procura, mas também da continuação da tendência crescente dos preços nos mercados internacionais”, diz o CEO da empresa, José de Pina, no comunicado.

Neste trimestre, o investimento líquido total realizado pelo Grupo Altri foi de 6,8 milhões de euros. “Ainda assim, a dívida líquida do Grupo Altri no final do primeiro trimestre era de cerca de 303,3 milhões de euros, o que representa uma redução face aos 344 milhões registados no final de 2021. Este nível de dívida equivale a um rácio de Dívida Líquida/EBITDA anualizado de 1,2x”, avança a papeleira.

A Altri destaca a produção de fibras celulósicas que superou as 280 milhões de toneladas, com os mercados externos absorverem 86% do total.

“O Grupo Altri deu um passo importante para a construção de uma biofábrica de fibras sustentáveis, sinalizando que a localização ideal será Palas de Rei, em Lugo, na Galiza”, explica a empresa.

“A procura por fibras celulósicas continua a apresentar uma dinâmica muito positiva, na generalidade das geografias, com exceção da China. Regista-se um forte aumento no Continente Americano, sendo particularmente importante a aceleração da procura na Europa Ocidental”, refere o CEO.

José de Pina adianta que “este contexto, associado aos reduzidos stocks, tem levado a sucessivos aumentos de preços. O preço ascendeu aos 1.200 dólares por tonelada no final do primeiro trimestre, mas desde então foram já anunciados ao mercado várias atualizações, totalizando 100 dólares. Este resultado permitiu o crescimento das nossas receitas assim como do EBITDA e resultado líquido”.

Pelo que “este desempenho operacional e financeiro, fruto do empenho diário das nossas pessoas, mas também dos nossos parceiros, fornecedores e clientes, ganha maior relevância perante o contexto adverso que enfrentámos, e continuaremos a enfrentar, de forte aumento dos preços da energia e de matérias-primas, em especial dos produtos químicos e madeira”.

“O Grupo Altri é já um exemplo na eficiência das suas operações, fruto de investimentos constantes que provam que é possível alcançar o equilíbrio entre a rentabilidade e a sustentabilidade (…) e é com base numa análise cuidada que estamos a avançar na preparação do projeto Gama na Galiza”, adianta.

“Nesse sentido, demos um passo importante recentemente, ao eleger Palas de Rei, em Lugo, como reunindo as condições adequadas para a localização do complexo de fibras sustentáveis”, refere José de Pina que acrescenta estarem a “criar as condições adequadas a um projeto ímpar de produção de fibras têxteis sustentáveis de base celulósica”

A Altri lembra que enquanto a procura de pasta pela China continua ainda ser afetada por fatores já identificados em 2021, que restringem muitas das relações económicas com o país asiático, nomeadamente fatores logísticos (disponibilidade de navios e preços de fretes) e fatores de saúde (política Covid Zero), na América e na Europa regista-se uma aceleração da procura.

A procura global apresentou um acréscimo de 0,6% até fevereiro de 2022, sendo que a procura por Pasta Hardwood aumentou cerca de 2,1% em relação ao período homólogo, de acordo com o PPPC. A procura na América do Norte (+10,8%), América Latina (+3,7%) e Europa Ocidental (+3,0%), conjugada com um nível de stocks reduzido, tem levado a uma subida dos preços, com o preço da Pasta (BHKP) na Europa a alcançar 1.200 dólares/ton no final do primeiro trimestre.

Neste contexto, nas unidades do Grupo Altri – Celbi, Biotek e Caima – o volume total de fibras celulósicas produzidas no primeiro trimestre atingiu as 280,3 mil toneladas, um nível praticamente igual ao do período homólogo. Em termos de vendas de fibras celulósicas, o volume atingiu cerca de 298,1 mil tons, um ligeiro decréscimo de 2,1% quando comparando com o primeiro trimestre do período homólogo, com os mercados externos a absorverem 255,6 mil toneladas, o equivalente a 86% do total.

Em relação ao trimestre anterior, a evolução da produção (+7,9%) e vendas (+10,9%) de fibras celulósicas tem uma evolução mais positiva, essencialmente devido à paragem programada da Celbi no trimestre anterior (outubro de 2021), adianta a empresa.

A Altri valorizou em bolsa hoje 3,79% para 6,02 euros.

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