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“Ameaça nuclear é hoje mais elevada do que durante a crise de mísseis em Cuba”, diz secretário da Energia dos EUA

O governante norte-americano acredita que a margem de erro para evitar um desastre está a ficar mais fina e diz que os países não estão devidamente preparados para lidar com a ameaça.
18 Fevereiro 2018, 13h30

O secretário da Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz, acredita que a ameaça nuclear está ao nível mais elevado, desde a crise de mísseis em Cuba. O governante norte-americano acredita que a margem de erro para evitar um desastre está a ficar mais fina e diz que os países não estão devidamente preparados para lidar com a ameaça, avança o jornal britânico “The Guardian”.

Ernest Moniz dá como exemplo o recente falso alarme no Hawai, que consistiu numa falha técnica que poderia ter levado a um erro de cálculo fatal. Tudo aconteceu quando um funcionário do Centro de Gestão de Emergências carregou no botão errado e fez disparar o alarme de que estaria um míssil balístico a caminho. O sucedido lançou o pânico no arquipélago norte-americano de Hawai e demorou 38 minutos para que fosse desligado o alarme.

“Trinta e oito minutos são substancialmente mais longos do que o tempo de decisão que o presidente [Donald] Trump, nos Estados Unidos, ou [Vladimir] Putin, na Rússia, assim como outros líderes de outros Estados com armas nucleares teriam para responder a um aviso sobre a possível ameaça de mísseis”, afirmou Ernest Moniz.

O norte-americano, assumiu um papel determinante em 2015 no acordo de não-proliferação de armas nucleares com o Irão, considera que “é notável que ainda não tenhamos tido um incidente significativo até à data” com armamento nuclear. Ernest Moniz lembra que, anteriormente, tanto os Estados Unidos como a antiga União Soviética estiveram perto de lançar armas nucleares.

Embora essa tensão tenha abrandado significativamente com o desmembramento soviético, as sucessivas falhas técnicas e análises defeituosas dão a falsa impressão de que estamos perante um ataque iminente.

“Tínhamos avisos destes muitas vezes na história e conseguimos até agora esquiva-nos”, afirmou Ernest Moniz. “Mas esquivarmo-nos é mais difícil quando não há comunicações significativas e persistem muitas tensões entre os países”, indica.

 

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