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Américo Amorim: o homem para quem a cortiça não tinha limites

Américo Amorim ficou órfão ainda em criança. A cortiça tornou-o o homem mais rico de Portugal com uma fortuna avaliada em 4,09 mil milhões de euros.
13 Julho 2017, 15h27

Amorim percebeu desde muito cedo que a cortiça não tinha limites. Nasceu em 1934, em Mozelos, Santa Maria da Feira. “Ficou órfão ainda em criança” e cresceu durante a Segunda Guerra Mundial e os primeiros anos da da Guerra Fria. Segundo a nota biográfica disponibilizada pelo Grupo Amorim, “a modesta empresa familiar de cortiça foi o seu primeiro emprego, em 1952, após o Curso Geral do Comércio”.

Os problemas que marcaram os primeiros anos de vida deram-lhe a força e a energia que o tornaram uma das principais figuras do mundo empresarial. A veia empreendedora nasceu muito cedo. Aos 21 anos, partiu à descoberta da Europa e, mais tarde, avançou para outros continentes: sempre com o objectivo de mostrar as potencialidades da cortiça, que hoje é um produto nobre em várias indústrias desde a espacial à moda. Hoje em dia, além da cortiça, destaca-se a presença do grupo no sector financeiro e energético.

Américo Amorim era o homem mais rico de Portugal e a sua fortuna aumentou para 4,4 mil milhões de dólares (4,09 mil milhões de euros) em 2017, segundo a lista das pessoas mais ricas do mundo divulgada pela revista “Forbes”.

O caminho para a riqueza foi bastante longo. Nada que assustasse Amorim, habituado desde muito cedo a pegar no carro ou a ir de comboio para mostrar as virtudes da cortiça a outros mercados no estrangeiro. Nos anos 50, a terceira geração Amorim assume o comando da Amorim & Irmãos, Lda. Os quatro irmãos: José, António, Américo e Joaquim Ferreira de Amorim alteraram para sempre o panorama da indústria corticeira. Aliás, a primeira viagem de Américo Amorim à União Soviética é o início de um percurso pelos países de Leste.

“Contornando as fortes dificuldades – numa época em que em Portugal mandava o Estado Novo e o mundo estava dividido em blocos ideológicos – a empresa torna-se a maior exportadora portuguesa para a Europa de Leste”, pode ler-se no livro “Os Novos Donos Disto Tudo”, editado pela matéria-prima.

Segundo a empresa, “Os anos 60 ficam marcados com a fundação da Corticeira Amorim, que nasce com o capital social repartido entre os irmãos Amorim (Américo, António, José e Joaquim) e o seu tio Henrique. Em 1969, os quatro irmãos, que inicialmente tinham apenas 20% da empresa, tornam-se os seus únicos accionistas”.

O espírito inquieto do empresário dizia-lhe que a cortiça se transformaria numa matéria-prima valiosíssima. Tinha razão. O Grupo aposta, então, na diversificação da actividade, através do investimento em sectores e áreas geográficas com elevado potencial de rentabilidade. A visão futurista do empresário sempre lhe deu frutos. Hoje em dia, grande parte da cortiça, é exportada para todos os Continentes.

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