[weglot_switcher]

Amnistia Internacional acusa Twitter de não respeitar direitos das mulheres

Os resultados de uma investigação de 16 meses sobre abusos sofridos por mulheres no Twitter levam a considerar que a rede social possui uma “inadequada e ineficaz resposta à violência e abuso”.
  • Brendan McDermid/Reuters
22 Março 2018, 11h37

A Amnistia Internacional, organização não-governamental que defende os direitos humanos, acusou a rede social Twitter por não responder de forma eficaz ao abuso e ao assédio contra as mulheres na sua plataforma.

Num relatório divulgado esta quinta-feira, a Amnistia Internacional aponta os resultados de uma investigação de 16 meses sobre os abusos sofridos por mulheres no Twitter e destaca que a rede social possui uma “inadequada e ineficaz resposta à violência e abuso”.

A investigadora de “direitos humanos e tecnologia” da organização, Azmina Dhrodia, aponta que apesar das repetidas promessas de limpar a plataforma, muitas mulheres ainda acedem às suas contas e encontram ameaças de morte ou de violação e comentários racistas e homofóbicos nas suas páginas. Afirma, ainda, que este problema não é de agora.

No ano passado, o Twitter suspendeu as contas de um grupo de supremacistas brancos e pessoas afiliadas a grupos de ódio. Mas os críticos afirmam que a companhia, que antes se orgulhava da sua liberdade de expressão extrema, continua a ser pouco rigorosa quando se trata de combater conteúdos abusivos.

A Amnistia Internacional afirma que essa situação já levou muitas mulheres a mudarem a forma como usam a plataforma e indica algumas medidas que acredita serem eficazes no tratamento da questão.

O relatório divulgado é baseado em entrevistas com mulheres e pessoas sem género definido  utilizadores do Twitter nos Estados Unidos e no Reino Unidos, que alegam que a rede social não trata com seriedade as suas denúncias de abusos sofridos.

O Twitter, com quase 330 milhões de utilizadores, possui um sistema para denúncias de qualquer tipo de abuso identificado. A companhia afirma que fez mais de 30 alterações à sua política de combate de condutas de ódio nos últimos 16 meses e refuta as conclusões do relatório.

Apesar de reconhecer os esforços da rede social, a Amnistia Internacional acredita que ainda há grandes melhoramentos a serem feitos reforçando a necessidade de acções concretas para identificar a violência e o abuso contra a mulher de forma eficaz.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.