A candidatura presidencial Ana Gomes acusou Marcelo Rebelo de Sousa de ter sido o “grande instabilizador do Estado” ao longo do seu mandato, dizendo no debate na RTP1 com o atual chefe de Estado que “quem é Presidente da República tem de contribuir com soluções e tendo uma relação leal e franca com o Governo”. Algo que defendeu não ter acontecido nos últimos anos, criticando o interlocutor por umas vezes “parecer que quer ser o pai do primeiro-ministro” e outras vezes “tirar-lhe o tapete ou assumir os louros da ação governativa”.
Nesse sentido, Ana Gomes criticou Marcelo Rebelo de Sousa por ter convocado o diretor nacional da PSP ao Palácio de Belém para falar da reforma do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), apontando “graves erros do Estado e também do Presidente da República” em toda a gestão do processo. Além da falta de contacto com a viúva do ucraniano Ihor Homeniuk, morto quando estava sob custódia do SEF no aeroporto de Lisboa, mencionou a demora na intervenção do chefe de Estado no “problema sistémico” nesse organismo policial.
Marcelo Rebelo de Sousa recorreu a declarações da própria Ana Gomes para responder que a interlocutora “até ao dia seguinte ao da apresentação da sua candidatura achava que tinha sido um factor de estabilização” e acrescentou quem foi a antiga eurodeputada quem “disse que o primeiro-ministro era igual ao primeiro-ministro húngaro Órban”, o que sucedeu no seu debate com o candidato Tiago Mayan Gonçalves.
Quanto ao caso concreto de Ihor Homeniuk, o candidato à reeleição para um segundo mandato reafirmou que interveio no processo logo em abril e mantém que tomou a opção de não telefonar à sua viúva, mas lançou um novo ataque a Ana Gomes: “A embaixadora, que é tão arguta, passou meses sem dizer que o Presidente da República devia ter intervido”.
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