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Ana Roš, a aspirante a diplomata que se tornou na melhor chef de cozinha do mundo

A chef eslovea arrecadou a taça no ‘The World’s Best Female Chef’ e, no ano passado, diz ter despedido cinco chefs do sexo masculino só numa semana por terem posto em causa a sua autoridade.
2 Setembro 2017, 14h00

O que é que a gastronomia, um curso de Ciência Internacional e Diplomacia e a Netflix têm em comum? Aparentemente nada. No entanto, foram provavelmente as três razões pelas quais hoje temos Ana Roš como a “Melhor Chef Feminina do Mundo”. A cozinheira de 44 anos, que recebeu um dos prémios mais importantes do mundo a nível gastronómico, promovido pelo The World’s 50 Best Restaurants, nunca estudou cozinha nem teve familiares na área – não fosse a mãe jornalista e o pai médico.

Sem habilitações literárias nem pós de perlimpimpim familiar qual foi, então, a receita para apurar a melhor chef do mundo? Muita curiosidade, a ‘herança’ de um restaurante dos sogros e vontade de juntar a Eslovénia aos principais mapas da gastronomia mundial.

Ana Roš, fluente em cinco línguas – esloveno, espanhol, inglês, francês e italiano –, arrecadou a taça de The World’s Best Female Chef e, no ano passado, diz ter despedido cinco chefs do sexo masculino só numa semana por terem posto em causa a sua autoridade. “Eles não tinham o mínimo respeito. Sente-se isso, especialmente quando tentamos equilibrar os temperamentos de uma equipa completamente nova”, explicou, numa entrevista à CNN.

Sempre foi ótima aluna mas longe iam os planos junto dos fogões e dos holofotes dos maiores críticos do paladar. Estudou Ciência Internacional e Diplomacia, na cidade italiana de Trieste, mas eram as saídas com os amigos que a prendiam à universidade transalpina. “Os meus pais mandaram-me para Apúlia [região da Itália meridional] para aprender, mas passei o verão a sair com os meus amigos”, disse à Bloomberg a autodidata Ana Roš.

Depois de conhecer o marido, aceitou o desafio de gerir o restaurante dos sogros, o Hiša Franko, sem qualquer tipo de formação. Para tomar as rédeas da ‘Casa de Frank’, Ana empenhou-se na aprendizagem da cozinha através de longas leituras sobre o tema e de horas nos bancos de conferências. Reinventou a cozinha eslovena com o uso do ADN italiano que tinha, ao qual juntou umas pitadas dos sabores de Áustria.

A Netflix chegou a 27 de maio do ano passado e cimentou-lhe o lugar na ribalta da culinária. A série Chef’s Table conseguiu até que um dia o sistema de reservas no site oficial do seu restaurante ficasse bloqueado devido ao excesso de interessados e as visitas à páginas passassem de 200 a 10 mil por dia. Para abrir o apetite (e a carteira) dos mais curiosos, os seus pratos podem ser vistos em www.hisafranko.com. O menu custa 85 euros por seis pratos e 120 euros por 11 pratos.

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