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Analistas apontam para indícios de fragilidades no emprego da zona euro e dos EUA

A possibilidade de uma recessão mais penalizadora para as economias de ambos os lados do Atlântico tem sido suavizada pela performance do emprego, mas começam a surgir indicadores que levantam algumas preocupações quanto à evolução da economia real até ao final do ano.
3 Agosto 2022, 17h00

A possibilidade de uma recessão na zona euro e nos EUA tem vindo a ser suavizada pelos bancos centrais de ambas as economias, que apontam para a vitalidade dos seus mercados laborais, mas vários analistas começam a identificar fragilidades no emprego dos dois lados do Atlântico, aumentando as preocupações com o crescimento no resto do ano.

Os dados do emprego na zona euro em junho revelaram uma taxa de desemprego ainda em mínimos históricos, com 6,6%, mas a Pantheon Macro começa a identificar sinais de abrandamento como a subida da população desempregada.

Foi a primeira vez que este subindicador cresceu desde abril do ano passado, tendo aumentado em 25 mil no período em análise, o que coloca dúvidas aos analistas da instituição britânica quanto à evolução do lado da oferta do emprego nos próximos semestres. A juntar a isto, os índices de gestores de compras (PMI) mostram um claro abrandamento da atividade industrial na zona euro, o que aumenta as probabilidades de uma evolução desfavorável no mercado laboral.

Ainda assim, um dos efeitos temidos pela Pantheon acabou por não se materializar, dado o impacto limitado que os refugiados ucranianos têm tido no lado da oferta.

Como tal, a perspetiva do think-tank é que o ano feche com 7,0% de desemprego no espaço da moeda única, embora esta análise identifique riscos equilibrados para ambos os lados.

Já nos EUA, o relatório JOLTS de março, que faz um levantamento das ofertas disponíveis de emprego, contratações e saídas de empregados, caiu pelo terceiro mês consecutivo em junho, registando a terceira maior queda de sempre com menos 605 mil postos. Apesar de se manter num número elevado, com 10,7 milhões de vagas por preencher, a expectativa do mercado era de um aumento em junho, destaca a XTB.

Também o ritmo de contratações abrandou em 2% em relação ao mês anterior, tendo-se registado 6,37 milhões de vagas preenchidas. No entanto, continua a registar-se um rácio de 1,8 postos em aberto por trabalhadores disponíveis, o que é consistente com a noção de um mercado de trabalho historicamente rígido.

Esta sexta-feira serão divulgados os números da criação de emprego em julho, depois de junho ter verificado mais 372 mil postos de trabalho na maior economia do mundo, para o qual os analistas de Wall Street projetam um aumento de 258 mil.

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