Angola cria conselho de estabilidade financeira para prever crises sistémicas

Angola vai ter um Conselho Nacional de Estabilidade Financeira, instrumento que consta da proposta de lei do Código de Valores Mobiliários e que visa assegurar a estabilidade financeira, prevendo crises sistémicas. A Assembleia Nacional angolana aprovou hoje, na generalidade, a proposta de lei do Código de valores Mobiliários, com 147 votos a favor, 36 abstenções […]

Angola vai ter um Conselho Nacional de Estabilidade Financeira, instrumento que consta da proposta de lei do Código de Valores Mobiliários e que visa assegurar a estabilidade financeira, prevendo crises sistémicas.

A Assembleia Nacional angolana aprovou hoje, na generalidade, a proposta de lei do Código de valores Mobiliários, com 147 votos a favor, 36 abstenções dos partidos da oposição, com exceção da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e nenhuma abstenção.

Na apresentação do diploma, o governador do Banco Nacional de Angola, José Pedro de Morais, disse que a nova lei estabelece igualmente um regime sancionatório convencional, que considerou um “instrumento essencial para garantir a implementação da lei”.

José Pedro de Morais sublinhou tratar-se de uma legislação que pretende assegurar a proteção dos investidores, a eficiência das instituições financeiras, o funcionamento regular e a transparência do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados.

“Esta lei vem aprimorar o sistema de regulação na adequação com o funcionamento com os outros órgãos de regulação, que entretanto apareceram, quero referir-me à Comissão de Mercado de Capitais e Agência Reguladora do Setor Segurador, mas ao mesmo tempo aprofundar alguns aspetos de regulação com métodos mais modernos de intervenção no sistema bancário”, explicou o dirigente angolano.

Na resposta às várias questões levantadas pelos deputados, José Pedro de Morais alertou que a nova lei “não elimina os riscos que eventualmente os deputados têm no seu subconsciente”.

Nas intervenções, os deputados focaram várias vezes a recente situação de quase falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA).

Fernando Heitor, deputado da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição angolana, considerou importante a lei, pecando apenas por ser tardia.

“Porque se tivesse surgido antes, se calhar algumas piruetas financeiras, ou engenharias financeiras, fica melhor assim, como é o caso do BESA não teriam sido cometidas à margem da lei. Estou a referir-me àquela garantia que depois o banco retirou, mas que mesmo assim foi uma pedra atirada ao charco”, frisou o deputado.

Com a mesma opinião, Lindo Bernardo Tito, da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), a segunda força da oposição angolana, classificou a lei como de “extrema importância” para os angolanos.

“O compadrio levou a essa situação do Estado salvar o BESA. Que lei estamos a fazer se as situações óbvias que estamos a viver não estamos a conseguir resolver com seriedade e honestidade. Que país estamos a construir”, questionou.

“O que a lei faz é prevenir, mitigar esses riscos e conforme disse se em 2005 nós estávamos na ‘pole position’, penso que agora voltamos a dar mais um exemplo de atenção e de liderança na condução deste tipo de atividades”, acrescentou o governador do Banco Nacional de Angola, na resposta.

Na sessão de hoje, foi igualmente aprovada na generalidade a proposta de Lei das Instituições Financeiras, com 149 votos a favor, 32 abstenções e nenhum voto contra.

O novo diploma legal visa adequar-se às inovações verificadas no sistema financeiro nacional e internacional, ajustar o quadro legal do mercado de valores mobiliários e instrumentos derivados.

OJE/Lusa

Recomendadas

Atividade na reabilitação urbana sobe 1,8%

Já a produção contratada, ou seja, o tempo assegurado de laboração a um ritmo normal de produção, em fevereiro, estimou-se em nove meses. O volume da carteira de encomendas teve uma quebra de 0,1%.

Ana Jacinto admite que descida do IVA não vai ter impacto no preço final

Em entrevista à Antena1 e Jornal de Negócios, Ana Jacinto, secretária da AHRESP, comentou sobre as medidas apresentadas na quinta-feira pelo ministro das Finanças.

Cabaz alimentar com IVA a 0% vai abranger 30 a 40 produtos

Governo está a negociar com produção e distribuição este fim de semana o acordo em torno do IVA zero, medida que deverá abranger 30 a 40 produtos considerados essenciais.