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Angola: João Lourenço assume-se um reformador ao estilo de Deng Xiaoping

Em entrevista à agência espanhola Efe, o candidato do MPLA às presidenciais angolanas afirmou que se revê em Deng Xiaoping, que governou a China entre 1978 e 1992, e ficou conhecido como o criador do “socialismo de mercado”.
29 Agosto 2017, 19h24

O candidato do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, que as sondagens colocam à frente na corrida à presidência de Angola, assumiu-se esta terça-feira como um reformador ao estilo do antigo líder chinês Deng Xiaoping. O apontado sucessor de José Eduardo dos Santos afirma que o seu foco, caso venha a ser eleito, será o “desenvolvimento económico e social” de Angola e as privatizações nas empresas públicas para diminuir a despesa do Estado.

Em entrevista à agência espanhola Efe, o candidato do MPLA indicado pelo próprio José Eduardo dos Santos afirmou que não quer ser conhecido como Mikhail Gorbachev angolano. Ao invés de quer ser comparado com o pai da perestroika soviética, João Lourenço afirmou que se revê mais em Deng Xiaoping, que governou a China entre 1978 e 1992, e ficou conhecido como o criador do “socialismo de mercado”.

“Reformador? Vamos trabalhar para isso, mas claro, [Mikhail] Gorbachev não, Deng Xiaoping sim”, afirmou.

Em Barcelona para tratamentos oftalmológicos, João Lourenço avançou ainda que está confiante numa vitória nas eleições angolanas e que os resultados eleitorais “foram bons”, apesar de se ter registado uma ligeira queda no número de votações.

João Lourenço garante ainda que “a Angola pode sobreviver” à grave crise económica e cambial em que se encontra mergulhada, graças aos “recursos [ao seu dispor] além de petróleo”. O candidato presidencial indica duas vias para melhorar o país: a diversificação económica e as privatizações.

“Vamos estudar a privatização daquelas empresas estatais que são pesos mortos para o país, que não são rentáveis e estudar a custar muito dinheiro aos cofres do Estado”, adiantou, comprometendo-se também a combater a corrupção. “Estamos decididos a lutar essa batalha”.

Dados provisórios da Comissão Nacional Eleitoral angolana apontam para uma vitória com 61% dos votos para o MPLA.

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